Caracterização de cultivares de arroz (Oryza sativa L.) quanto ao estresse por alumínio e análise da expressão do gene OsFRDL1.
Resumo
O alumínio é o metal mais abundante da crosta terrestre, estando presente,
em sua maior parte, sob formas não prejudiciais às plantas. Condições de reduzido
pH, entretanto, originam a espécie fitotóxica Al3+, que se constitui em um dos
principais fatores limitantes à produção agrícola em solos ácidos. O principal sintoma
da toxidez causada por alumínio é um rápido decréscimo no crescimento radicular,
dificultando a absorção de água e nutrientes pela planta. O arroz é considerado,
dentre as culturas de importância econômica, como uma das mais tolerantes a esse
metal. Apesar disso, os mecanismos dessa elevada tolerância não são ainda
conhecidos. Por outro lado, seu genoma é modelo para as poáceas, além de
apresentar elevada sintenia com essa família de plantas. Com o objetivo de
caracterizar 30 cultivares de arroz quanto à tolerância ao alumínio, as mesmas foram
submetidas a quatro níveis do metal em solução nutritiva. Através de análise
multivariada, foi avaliada a variabilidade existente entre os genótipos. Com base na
resposta ao estresse, dez cultivares foram escolhidas para serem analisadas em
relação ao aumento no tempo de exposição a diferentes doses de alumínio. Por fim,
foi avaliada a expressão do gene OsFRDL1 em dois genótipos contrastantes quanto
à tolerância ao alumínio. Foi verificada variabilidade em relação à tolerância ao
alumínio entre as 30 cultivares. As mais tolerantes foram IAC 500, BRS Liderança e
BRS Curinga, enquanto as mais sensíveis foram BR-IRGA 410, IAS 12-9 Formosa e
Arroz da Terra. BRS Curinga, BRS Liderança e IAC 500, tolerantes ao alumínio,
apresentaram elevada similaridade genética e são promissores para serem
utilizados em cruzamentos que visem à obtenção de progênies superiores para
tolerância ao alumínio. Através do experimento que combinou doses de alumínio x
tempos de exposição foi possível verificar que os genótipos respondem de forma
diferenciada ao aumento no tempo de exposição às diferentes concentrações de
alumínio. A melhor combinação para diferenciar genótipos foi de 48 horas de
exposição a 14 mg L-1 de alumínio. A expressão do gene OsFRDL1 foi maior na
cultivar Farroupilha, tolerante ao alumínio, do que na BR-IRGA 410, sensível ao
metal.