Estaquia e enxertia de garfagem em oliveira.
Resumo
O Brasil apresenta amplo mercado consumidor para os produtos derivados da oliveira (Olea europaea L.), porém, esta nova cultura, necessita de maiores conhecimentos técnicos. Assim, a determinação de um método de propagação eficiente é o primeiro passo na obtenção de quantidades de mudas suficientes para a implantação de um sistema de produção. Em conseqüência da falta de informações que envolvem a propagação de oliveira, principalmente no Brasil, realizou-se o presente trabalho com o objetivo de melhorar a eficiência da propagação vegetativa por enraizamento de estacas semilenhosas e enxertia de garfagem. Foram conduzidos na Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, três experimentos, sendo o primeiro para obter informações sobre o potencial de diferentes substratos (Perlita, Vermiculita e Plantmax) para promover o enraizamento de estacas de oliveira Frantoio‟. Avaliou-se o enraizamento de estacas (%) e/ou formação de calo (%) e qualidade de enraizamento (quantidade de raízes emitidas). No segundo experimento objetivou-se avaliar o enraizamento de estacas semilenhosas de oliveiras Arbequina‟ e Arbosana‟ submetidas a diferentes fontes e concentrações de auxina exógena (0mg.L-1, AIB 2000mg.L-1, AIB 4000mg.L-1, ANA 250mg.L-1 e ANA 500mg.L-1). Também avaliou-se o enraizamento de estacas (%) e/ou formação de calo (%) e qualidade de enraizamento (quantidade de raízes emitidas). O terceiro teve-se como objetivo, avaliar o comportamento de diferentes cultivares de oliveira (Itrana, Tanche, Bosana, Barnea, Manzanilla, Seggianese, Canino, Picual, Taggiasca e Cipressino) enxertadas sobre ligustro, sendo avaliados os enxertos vivos (%), enxertos brotados (%), número médio de brotações e o comprimento médio das brotações (cm). Através dos resultados obtidos verificou-se que: no primeiro experimento, o tipo de substrato, associado ao uso de AIB (2000mg.L-1), não tem influência sobre a quantidade de raízes formadas em estacas semilenhosas de oliveira Frantoio‟. No segundo experimento, indiferentemente da fonte e da concentração de auxina exógena, estacas de oliveiras Arbequina‟ e Arbosana‟ atingem, no máximo, 18,64% de enraizamento; Estacas enraizadas de oliveira Arbequina‟ e Arbosana‟, não tratadas e tratadas com ácido indolbutírico (AIB) e ácido naftalenoacético (ANA), apresentaram baixa qualidade de enraizamento, (entre uma e quatro raízes principais). No terceiro experimento, verificou-se que na enxertia de garfagem de oliveira sobre ligustro, existem consideráveis variações entre enxertos vivos (enxertos que permanecem verdes, porém sem apresentar brotação), pegamento de enxertos (enxertos que apresentam brotações e união entre enxerto/porta-enxerto), número e comprimento médio das
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brotações. O maior pegamento e número médio de brotações por enxerto de oliveira sobre ligustro, ocorrem após 120 dias de realização da enxertia.