Desenvolvimento de ensaio imunoquímico para detecção de doping com eritropoetina
Resumo
A história da competição esportiva sempre esteve relacionada à utilização de metodologias de treinamento físico associadas a métodos de incremento fisiológico do atleta, visando sua máxima performance. Questões éticas envolvendo o esporte de alto rendimento e o doping se confundem com a própria história do esporte competitivo. A Agência Mundial Anti-Doping (WADA) proíbe o uso de substâncias ou métodos capazes de aumentar artificialmente o desempenho esportivo. Atualmente, 258 substâncias estão na lista da WADA e atletas do mundo inteiro são submetidos a testes comprobatórios da não utilização do doping. Entre essas substâncias ilícitas para uso por atletas destaca-se a eritropoetina (EPO). A EPO é um hormônio glicoproteico que possui como principal efeito fisiológico a indução da eritropoiese e consequente melhoria da capacidade de transporte de oxigênio no sangue. A diferenciação analítica da eritropoetina endógena produzida a partir de sua contraparte recombinante usando focalização isoelétrica e duplo blotting é um marco na detecção do doping com eritropoetina recombinante. Anticorpos monoclonais e policlonais específicos anti-EPO foram obtidos e utilizados em várias técnicas para a detecção da EPO em amostras biológicas a fim de melhorar os métodos atuais de detecção. Contudo, a especificidade destes anticorpos tem sido bastante controversa e discutida. Portanto, a obtenção de anticorpos específicos capazes de reagir especificamente com a EPO faz-se necessária. Neste estudo, a rHuEPO foi utilizada para imunizar coelhos New Zealand para gerar um anticorpo policlonal (pAb anti-rHuEPO). O pAb foi caracterizado quanto ao seu potencial na detecção da rHuEPO usando diferentes metodologias. O pAb anti-rHuEPO identificou a expressão da proteína recombinante em células eucarióticas e foi capaz de detectar rHuEPO em suspensão até 0,1 μg/mL, comprovando seu potencial como ferramenta para detecção do doping por rHuEPO.