Plasma seminal suíno na criopreservação de sêmen ovino
Resumo
O interesse pelo uso da inseminação artificial (IA) em ovinos vem crescendo, em função do avanço no melhoramento genético. Entretanto, a criopreservação causa danos aos espermatozóides, diminuindo seu potencial fertilizante, quando a IA é feita com sêmen congelado, pela via cervical. Uma alternativa para proteger ou recuperar a célula dos danos da criopreservação é a adição de plasma seminal (PS), que contém vários fatores produzidos pelos testículos, epidídimos e glândulas acessórias do macho, com potencial de prevenir a capacitação prematura e danos gerados pelo congelamento. A adição de PS antes do congelamento seria benéfica para os processos de seleção e congelamento. A suplementação do diluente com PS ovino e suíno foi associada com aumento na motilidade espermática, após a segunda hora de incubação sob condições in vitro, assim como quando usado na refrigeração, congelamento e descongelamento. Este estudo teve como objetivo testar a adição de PS suíno (20%) ao diluente para congelamento do sêmen ovino e avaliar os parâmetros seminais in vitro pós-descongelamento. Ejaculados de quatro machos ovinos e três machos suínos foram coletados para formação de amostras combinando PS de vários machos (pools). Uma fração das amostras de PS foi destinada a quantificação de proteínas. Seis coletas dos quatro machos ovinos foram colhidas e diluídas em Tris-gema de ovo-glicerol, para congelamento, compondo três tratamentos: controle (sem PS); inclusão de 20% de PS ovino; e inclusão de 20% PS suíno. Após o descongelamento, as amostras foram submetidas a um teste de termo resistência durante cinco horas. Avaliações de qualidade espermática foram realizadas a cada duas horas. Também foram realizadas análises por citometria de fluxo para as avaliações de integridade de acrossoma e integridade de membrana. Para os tratamentos controle, PS ovino e PS suíno, não foram observadas diferenças (P > 0.05) quanto a motilidade (30,0 ± 2,0; 30,4 ± 2,0 e 24,6 ± 2,0 respectivamente), integridade de membrana (37,5 ± 2,6; 40,9 ± 2,6 e 31,4 ± 2,6, respectivamente), função mitocondrial (70,0 ± 1,7; 61,8 ± 1,7 e 63,6 ± 1,7, respectivamente) e integridade de DNA (91,2 ± 3,1; 96,5 ± 3,1 e 93,6 ± 3,1, respectivamente). A integridade do acrossoma foi maior (P < 0.05) com inclusão de PS suíno (59,3 ± 3,5) em comparação com o controle (46,7 ± 3,5), mas ambas as médias foram similares (P > 0.05) à observada para o PS ovino (56,7 ± 3,5). Conclui-se que apesar do beneficio do PS suíno a 20% para a integridade de acrossoma, não se obteve resultados positivos nas demais avaliações de qualidade seminal.