UTILIZAÇÃO DO QUORUM SENSING NA EXPRESSÃO DE ANTÍGENOS VACINAIS EM Escherichia coli Enterotoxigênica

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Data
2009-10-29Autor
Sturbelle, Régis Tuchtenhagen
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Um dos maiores problemas sanitários que causam prejuízo à suinocultura é a
diarréia causada por Escherichia coli Enterotoxigênica (ETEC). Esta é a causa
infecciosa mais comum de mortalidade em animais em aleitamento e no período
pós-desmame. Os fatores primários de patogenicidade desta bactéria são as
fímbrias, que as ancoram a receptores específicos dos enterócitos permitindo que as
enterotoxinas, toxinas termo estáveis (ST) e toxinas termo lábeis (LT) desencadeiem
uma sucessão de eventos levando à diarréia. Outra estrutura é o flagelo que possui
um papel na estimulação de células na produção de citocinas pró-inflamatórias
através da interação com receptores Toll-like 5 (TLR5), sinalizando o recrutamento e
ativação de células, desta forma ampliando a inflamação local bem como a
apresentação de antígeno aos linfócitos. Quorum Sensing é um sistema de
sinalização entre as bactérias, os quais produzem substâncias denominadas de
auto-indutores (AI). Quando os auto-indutores alcançam uma determinada
concentração, decorrente do aumento da densidade celular ocorre uma ativação de
fatores transcricionais que acabam regulando a expressão gênica. As catecolaminas
(adrenalina e noradrenalina), produzidas pelas células nervosas, utilizam a via de
sinalização do auto-indutor tipo 3 (AI-3) que têm um papel significante na expressão
gênica, estimulando o crescimento e a expressão de fatores de virulência de
Escherichia coli. O objetivo deste estudo foi utilizar o sistema de sinalização Quorum
Sensing para induzir a expressão in vitro de antígenos vacinais de Escherichia coli
Enterotoxigênica cultivadas em diferentes condições de indução mediada pelos
meios condicionados (mc). Diferentes concentrações de mc foram utilizadas, sendo
que o maior crescimento inicial e a maior expressão de antígenos de interesse foram
obtidos com 50% de meio condicionado adicionado de 500 μM de adrenalina. No
ensaio de motilidade foi observado um aumento de 16 vezes em relação ao controle.
Pelas técnicas de ELISA, hemaglutinação, inibição da hemaglutinaçõa e Dot blot foi
observado uma maior expressão de fimbria (F4) e pelas técnicas de Dot blot, ELISA
e RT-PCR foi observado aumento da expressão de LT. Baseado nesses dados
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testou-se uma bacterina utilizando 50% de mc e 500 μM de adrenalina com Al(OH)3
como adjuvante. Foram utilizados camundongos Swiss fêmeas com 5 semanas de
idade que foram vacinados por via subcutânea com 250 μL nos dias 0 e 14. A
avaliação da resposta imune foi realizada através de soroconversão frente aos
antígenos estudados por meio de ELISA e inibição da hemaglutinação. O grupo
vacinado com a bacterina com mc obteve uma soroconversão significativamente
superior ao grupo controle. Estes resultados sugerem que a presença de mc com
adrenalina são capazes de ativar a expressão de importantes antígenos vacinais,
tornando desta forma a bacterina mais eficiente.