Partículas magnéticas: síntese e aplicações em ensaios de 3 imunoseparação
Resumo
O desenvolvimento de insumos para o diagnóstico e prevenção de doenças infecciosas é
estratégico para o avanço científico e tecnológico do país. Resultados promissores vêm
sendo obtidos com o uso de nanocompósitos magnéticos (NCM) aplicados à área da
saúde para as mais diversas finalidades, como na separação, purificação e detecção de
células ou biomoléculas. Nesse trabalho, um método de imunoseparação magnética
(IMS) utilizando NCM a base de carbono e cobalto (NCMc) sintetizados, e outro de
poliestireno e ferro (NCMp) disponível comercialmente, foi utilizado para capturar e
detectar leptospiras patogênicas. Os NCMc foram sintetizados através do método dos
precursores poliméricos e caracterizados por microscopia eletrônica de
varredura/transmissão (MEV/MET), difratometria de raio-X (DRX), espectrometria no
infravermelho (FTIR) e imunofluorescência (IF). A superfície dos NCMc foi
funcionalizada com grupos carboxílicos mediante incorporação de ácido acrílico. Os
NCMc adsorvidos com anticorpos monoclonais (MAbs) contra leptospiras patogênicas,
quando utilizados em ensaios de IMS seguidos por PCR e cultivo celular, foram capazes
de detectar e isolar o organismo. Os NCMp foram utilizados para a detecção de
Leptospira spp. em fluidos biológicos de cães artificialmente contaminados com
leptospiras e em amostras clínicas de cães positivos para a leptospirose. A introdução da
IMS como passo anterior a PCR utilizando os NCMp foi capaz de detectar uma
concentração 10 vezes menor de leptospiras quando comparada a PCR realizada
diretamente a partir de amostras de urina e sangue artificialmente contaminados. Além
disso, a IMS realizada com os NCMp aumentou a sensibilidade da PCR em amostras
clínicas de cães positivos para leptospirose. Os dados obtidos em ambos os estudos
sugerem que os NCMc e NCMp constituem importantes ferramentas para o
desenvolvimento de novos testes de diagnóstico.