Capacitação dos trabalhadores de saúde da atenção básica no sul e nordeste do Brasil : diferenciais segundo o modelo de atenção
Resumo
Com o objetivo de verificar a prevalência de capacitação dos trabalhadores de saúde da atenção básica foi realizado um estudo transversal com 4749 trabalhadores de 41 municípios com mais de 100 mil habitantes das regiões Sul e Nordeste (NE) do Brasil. As capacitações em doenças infecciosas e doenças crônicas não transmissíveis foram as mais realizadas pelos trabalhadores em toda amostra (54,5% e 38,5%), em ambas as regiões e modelo de atenção. O uso de protocolo foi
de 43,7% para toda amostra e sua prevalência foi maior no Nordeste (47,8%) e na estratégia saúde da família (46,4%). O acesso a publicações do Ministério da Saúde foi de 48,3% para toda amostra, sua prevalência foi maior no Sul (51,2%) e entre os trabalhadores que atuavam na estratégia saúde da família (56,8%). As diferenças das prevalências dos desfechos por região e modelo reafirmam as expectativas inerentes relacionadas à Estratégia Saúde da Família como modelo de reorientação da atenção básica. Os resultados indicam que apesar das capacitações estudadas fazerem parte das normativas da atenção básica, suas prevalências foram baixas,
visto que, grande parte dos trabalhadores atuavam em média há quatro anos na atenção básica. Portanto, cabe aos Ministérios da Saúde e da Educação, a construção de estratégias para melhorar a oferta e o incentivo de educação
permanente e treinamento para esses trabalhadores.