Mudança da atividade física na adolescência e seus preditores: um estudo prospectivo no Sul do Brasil
Resumo
OBJETIVOS: O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de atividade física e os fatores associados em adolescentes de 14-15 anos. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal com 4325 indivíduos da Coorte de 1993 de Pelotas, cidade ao Sul do Brasil. A atividade física foi analisada por meio de três diferentes abordagens: 1) prevalência de alguma atividade física de lazer; 2) prevalência de algum deslocamento ativo para a escola; 3) prevalência de engajamento em pelo menos 300 minutos por semana da combinação de ambos (1 e 2). Os fatores examinados incluem variáveis demográficas, socioeconômicas, comportamentais, sociais e biológicas, bem como o número de atividades físicas praticadas no tempo de lazer. As análises estatísticas foram feitas pela regressão de Poisson. RESULTADOS: A proporção de adolescentes envolvidos em alguma atividade física de lazer foi 75,6%; ao passo que 73,4% apresentaram alguma forma de deslocamento ativo para a escola. A prevalência de atividade física total (escore 300 min/sem) foi 48,2%, sendo maior para os meninos (62,6%) do que para as meninas (34,5%). Além disso, a prevalência aumentou de acordo com o número de atividades física praticadas (p<0.001). Os fatores associados à maior prática de atividade física (lazer + deslocamento) nos níveis recomendados foram: cor de pelo não-branca, ter repetido de ano na escola e jogar videogame. Menor nível socioeconômico, maior tempo de uso de computador e atividade física dos pais esteve associado apenas entre as meninas. CONCLUSÕES: Menos da metade dos adolescentes atingiram as recomendações para a prática de atividade física, e essa proporção tende a diminuir entre os sujeitos de maior nível socioeconômico. Os fatores associados diferiram conforme o 145 domínio investigado (isto é, lazer ou deslocamento). Engajamento em uma ampla variedade de atividades físicas deve ser encorajado desde a infância.