Atividade biológica e parâmetros bioquímicos e fisiológicos influenciados por fatores abióticos em Achillea millefolium L
Resumen
Diversos fatores abióticos podem coordenar ou alterar os processos metabólicos de crescimento e desenvolvimento em plantas como a luz, temperatura, disponibilidade hídrica, clima, nutrição do solo e compostos inorgânicos. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento de A. millefolium L. (mil-folhas) frente aos fatores abióticos. Para atingir este objetivo foram realizados dois experimentos, na qual no primeiro foi verificada a atividade antimicrobiana in vitro e rendimento do óleo essencial de mil-folhas cultivada com concentrações de nitrogênio (0, 75 e 150 Kg ureia ha-1) e submetida a diferentes níveis de sombreamento 0% (luz plena) e 70% (sombreamento 70%). No segundo experimento foram avaliadas características de crescimento, produção de pigmentos fotossintéticos, atividade de enzimas antioxidantes, teores de peróxido de hidrogênio, malondialdeído, ascorbato e deidroascorbato, atividade antioxidante pelo método DPPH e síntese de metabólitos secundários em mil-folhas cultivada sob condições de luminosidade (luz plena e sombreamento com malha azul, vermelha e preta) e submetida a diferentes períodos de coleta (oito semanas de sombreamento, duas e quatro semanas após o sombreamento). Os principais resultados mostram que o rendimento do óleo extraído de flores foi estimulado pela concentração nitrogenada intermediária e o extraído de folhas foi favorecido pela luz plena, sendo maior nas estruturas reprodutivas. A atividade antimicrobiana do óleo foi confirmada frente aos microrganismos, sendo as cepas fúngicas inibidas pela menor concentração. A massa seca das folhas e flores foi favorecida nas plantas cultivadas com luz plena. Os teores de clorofila a e b foram maiores nas plantas cultivadas com a malha azul, o conteúdo de clorofila total foi menor nas plantas sob luz plena e em plantas com duas semanas após o sombreamento ocorreu um incremento de clorofila a, b e total, equivalendo-se às plantas não sombreadas. A atividade da catalase aumentou em plantas aclimatadas em alta intensidade de luz e a baixa luminosidade não estimulou a ascorbato peroxidase, mas incrementou a superóxido dismutase e o teor de peróxido de hidrogênio. A peroxidação lipídica foi reduzida na presença dos espectros de luz azul e vermelha e a baixa intensidade de luz, gerada pelas malhas preta e azul, reduziu o acúmulo de ascorbato. O conteúdo de deidroascorbato aumentou em processo de aclimatação à luz solar e a atividade antioxidante foi mais acentuada em extratos de flores. Os teores de fenois e flavonoides totais foram estimulados pela luz plena. O rendimento do óleo extraído de flores foi maior em relação ao de folhas. O metabólito majoritário do óleo extraído de folhas foi o farnesol e os extraídos de flores foram o farnesol e camazuleno. Os resultados encontrados para a espécie medicinal A. millefolium L. indicaram que a intensidade luminosa, qualidade de luz, períodos de coleta e fertilização nitrogenada influenciam no crescimento, produção de pigmentos fotossintéticos, de metabólitos secundários e resposta antioxidante.