Produção de mudas de oliveira em sistemas de cultivo sem solo
Resumo
A propagação e o crescimento de miniestacas de oliveira cv. Arbequina foram estudados em diferentes épocas, concentrações de regulador de crescimento, ambiente de coleta do material e sistemas de cultivo, juntamente com a manutenção e o enraizamento de miniestacas provenientes de matrizeiros, através de três experimentos conduzidos em casa de vegetação e estufa plástica no Campus Didático e Experimental da Universidade Federal de Pelotas. O experimento 1 foi realizado com o objetivo de avaliar a época mais adequada para o enraizamento, a influência do ambiente onde estavam localizadas as plantas matrizes e o efeito de diferentes concentrações de AIB (ácido indolbutírico) no enraizamento de miniestacas semilenhosas de oliveira, cultivar Arbequina. O enraizamento foi testado em três épocas (primavera, inverno e verão), ambiente de coleta do material (casa de vegetação e campo aberto) e cinco concentrações de AIB (0, 1000, 2000, 3000 e 4000 mg.L-1). As miniestacas de cada ambiente de cultivo das plantas matrizes foram coletadas e padronizadas com dois pares de gemas e um par de meias folhas e posteriormente colocadas para enraizar em caixas plásticas com vermiculita de granulometria média, após o preparo foram colocadas em casa de vegetação com temperatura controlada de 25 ±2°C durante 80 dias nas três épocas. As variáveis analisadas foram: porcentagem de miniestacas vivas, porcentagem de miniestacas enraizadas, número de raízes por miniestaca e comprimento das raízes. Miniestacas procedentes de casa de vegetação proporcionam maior sobrevivência, enraizamento, número e comprimento de raízes. A primavera é a época que, independente do ambiente de coleta, proporcionam maior sobrevivência, enraizamento, número e comprimento das raízes. A utilização de regulador de crescimento é influenciada pelo ambiente de coleta. O uso de material proveniente de ambiente aberto e de regulador a 3000 mg.L-1 proporciona maior enraizamento. Materiais coletados na primavera e submetidos às concentrações de 3000 e 4000 mg.L-1 produzem maior número de raízes. O experimento 2 foi conduzido com o objetivo de avaliar o crescimento de mudas de oliveira obtidas por miniestaquia da cultivar Arbequina em sistemas de cultivo sem solo e em diferentes épocas. As miniestacas enraizadas
foram colocadas para crescer em três sistemas (semi-hidropônico, NFT - Nutrient Film Technique- e convencional), em duas épocas (primavera/verão e outono/inverno) durante cinco meses de cultivo. No sistema semi-hidropônico o substrato utilizado foi a areia, sendo diariamente irrigadas com solução nutritiva. No sistema NFT, as miniestacas foram colocadas em espuma fenólica as quais foram irrigadas através de fluxo intermitente, três vezes ao dia por 5 minutos e no sistema convencional as plantas foram cultivadas em sacos plásticos preenchidos com substrato Carolina®, sendo fornecidos em média 100ml de solução nutritiva a cada 15 dias. As variáveis analisadas foram: número de brotações, comprimento de brotações, número de brotações secundárias e comprimento de brotações secundárias durante o período de cultivo e após 150 dias de cultivo as variáveis analisadas foram: diâmetro do caule, massa fresca e seca da parte aérea, massa fresca e seca da raiz. A utilização do sistema semi-hidropônico e a época 2 de temperaturas mais altas (primavera/verão) proporcionam maior crescimento das plantas. O experimento 3 teve como objetivo avaliar o enraizamento de miniestacas de oliveira provenientes de plantas matrizes acondicionadas em sistemas de cultivo sem solo e convencional e avaliar o conteúdo de nutrientes minerais destes matrizeiros em duas épocas de cultivo (primavera/verão e outono/inverno). As plantas matrizes encontravam-se em três sistemas de cultivo os quais foram descritos no experimento 2. As miniestacas foram coletadas no inverno e colocadas para enraizar conforme o experimento 1, porém a concentração de AIB utilizada foi de 3000 mg.L-1. As variáveis analisadas após o período de 80 dias foram: porcentagem de miniestacas vivas, porcentagem de miniestacas enraizadas, número de raízes por miniestaca, comprimento das raízes e para a análise nutricional foram avaliados os conteúdos de macronutrientes e micronutrientes e massa seca da parte aérea e da raiz. A utilização do sistema semi-hidropõnico assoaciado a época 2 (primavera/verão) proporcionam maiores teores de nutrientes e produzem maiores conteúdos de massa seca da parte aérea e raiz.
Termos para indexação: propagação, estações do ano, época de crescimento, Olea europaea.