Compatibilidade reprodutiva e micropropagação de ameixeiras japonesas.

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Data
2010-04-09Autor
Bandeira, Juliana de Magalhães
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A ameixeira japonesa (Prunus salicina Lindl.) tem papel de destaque na fruticultura
mundial. Possui grande importância no mercado brasileiro e vem ganhando adeptos
à sua produção, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina onde as
condições de inverno favorecem o seu cultivo. Porém, existem alguns problemas
enfrentados pelos produtores e melhoristas que limitam o aumento da produção
nacional de ameixeiras, entre esses, destacam-se a autoincompatibilidade
gametofítica, devido à presença de um loco multialélico (contendo os denominados
alelos-S) e a suscetibilidade à Xillela fastidiosa Wells, que afeta a qualidade do material
propagativo. Frente a esses problemas, o objetivo da realização deste trabalho foi
identificar fisiologicamente os alelos-S de seis cultivares de ameixeira japonesa e
desenvolver um protocolo de micropropagação para a cv. América. Desta forma,
foram realizados experimentos de polinização controlada nos campos experimentais
da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS) e polinização in vivo, em laboratório, de
seis cultivares copa de ameixeira japonesa (América, Rosa Mineira, Pluma 7,
Amarelinha, Reubennel e Santa Rosa), onde foram avaliados a frutificação efetiva e
o crescimento do tubo polínico (CTP), respectivamente. Também foram realizados
experimentos no Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas (UFPel/RS), visando
identificar um protocolo adequado para a micropropagação da cv. América. Nos
estudos de compatibilidade reprodutiva, a frutificação efetiva foi muito baixa para
todos os cruzamentos, sendo observado maior valor na autopolinização da
Reubennel (8,41%). América somente apresentou frutificação quando polinizada
com as cvs. Rosa Mineira, Amarelinha, Santa Rosa e Reubennel, sendo que essa
última apresentou compatibilidade mútua com a cv. América. Amarelinha e Rosa
Mineira mostraram-se compatíveis com o pólen da Rosa Mineira e Reubennel .
Houve interação significativa para o grau de CTP e o pólen utilizado para polinizar
cada um dos genitores femininos, sendo que os cruzamentos entre América x
Pluma 7 e Rosa Mineira x Santa Rosa foram incompatíveis enquanto que a cv.
América apresentou-se autoincompatível. Alguns cruzamentos que não
apresentaram polinização e frutificação no campo, atingiram o óvulo (grau 6) ou o
ovário (grau 5) durante a polinização in vivo, tais como Reubennel x Rosa Mineira ;
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Rosa Mineira e Amarelinha x América e Amarelinha e Pluma 7 , e Santa Rosa x
América . Estes resultados, juntamente com os dados moleculares dos alelos-S,
permitem um melhor entendimento a respeito da biologia reprodutiva de P. salicina.
Nos experimentos de micropropagação verificou-se que o estabelecimento in vitro
de explantes basais da cv. América em meio MS, é superior ao de explantes apicais.
Concentrações de BAP entre 0,25 e 0,50mg dm-3 são mais adequadas para sua
multiplicação enquanto que o meio MS suplementado com 1,0mg dm-3 de AG3 e 2,0g
dm-3 de carvão vegetal é o mais adequado para o alongamento in vitro de suas
brotações. A metade da concentração dos sais e vitaminas do meio MS com a
adição de 1,0mg dm-3 de AIB é o mais eficiente para o enraizamento in vitro de
brotações de ameixeira japonesa, cv. América, por períodos inferiores a 20 dias,
atingindo 88% de sobrevivência após 30 dias de aclimatização.