Comportamento infantil durante consultas odontológicas sequenciais : influência de características clínicas, psicossociais e maternas

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Data
2014-04-29Autor
Cademartori, Mariana Gonzalez
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Um dos aspectos mais desafiadores na Odontopediatria é o manejo do comportamento infantil. O comportamento infantil no consultório odontológico é um fenômeno multifatorial e estudos têm sugerido que alguns fatores podem predizer o
comportamento da criança durante uma consulta odontológica. Assim, esta dissertação teve por objetivo avaliar o comportamento de crianças durante consultas odontológicas sequenciais, bem como investigar os fatores que podem influenciar o comportamento durante o tratamento odontológico. Uma amostra de conveniência com crianças de 7 a 13 anos de idade, atendidas na Clínica de Odontopediatria da
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas foi acompanhada durante quatro consultas sequenciais. O comportamento foi classificado conforme a Escala de Frankl por avaliadores calibrados. Mães e crianças foram entrevistadas na primeira consulta. A complexidade do tratamento realizado em cada visita foi classificada como: Minimamente invasivo, Invasivo ou Muito invasivo. As mudanças na trajetória do comportamento a cada consulta foram incluídas. Para determinar a associação entre as variáveis independentes e o comportamento, os testes Qui
Quadrado e Exato de Fisher foram usados. Para determinar o efeito das variáveis no desfecho comportamento, as análises de Regressão de Poisson bruta e ajustada foram realizadas (Risco Relativo; Intervalo de confiança 95%). O nível de
significância adotado foi 5%. Um total de 111 díades mãe-criança foi incluído. O comportamento na primeira visita foi 100% positivo para todas as crianças. Na trajetória do comportamento ao longo das visitas sequenciais, a maioria das crianças (acima de 55%) apresentou comportamento positivo. A anestesia, a extração de dente decíduo, o uso de isolamento absoluto e a endodontia foram os procedimentos associados com comportamento negativo. Na análise ajustada, a presença de comportamento negativo foi influenciada pela complexidade do tratamento, dor dentária prévia, medo odontológico e baixa educação materna.
Medo odontológico pode ser considerado um preditor do comportamento infantil, evidenciando que além do tipo de procedimento, as características da criança e maternas deveriam ser consideradas pelo dentista para predizer e manejar da melhor maneira o comportamento