Investigação de plantas medicinais e tóxicas em Pelotas-RS e determinação da atividade antifúngica frente a Malassezia pachydermatis
Resumo
O resgate e uso das plantas medicinais vêm ganhando espaço na medicina e veterinária, como tratamento e profilaxia de doenças. No tratamento das micoses, ainda observa-se uma quantidade limitada de medicamentos e a ocorrência de resistência, reações adversas e recidivas. Assim, objetivou-se realizar um levantamento das plantas medicinais e tóxicas encontradas na região do Ambulatório Veterinário-Universidade Federal de Pelotas, organizar um manual didático das plantas estudadas e usos na saúde animal, e determinar a ação antifúngica de extratos vegetais sobre isolados clínicos de Malassezia pachydermatis. No levantamento, foram entrevistados e visitados proprietários de animais atendidos no Ambulatório Veterinário. Foram 111 entrevistas, citando 74 espécies medicinais, porém a minoria usava-as em animais. Com relação às plantas tóxicas foram observadas 20 espécies, porém apenas seis eram relatadas pela população; e por fim, confeccionado um manual informativo das plantas. Para avaliação da atividade antifúngica foram testados extratos hidroalcoólicos de Aroeira, Carqueja, Erva-de-bicho, Lanceta, Pitangueira e Rabo-de-lagarto, pelas técnicas de microdiluição em caldo e difusão em disco frente a M. pachydermatis isolada de cães (dermatite=38; otite=10). Os extratos com maior atividade foram Aroeira, Erva-de-bicho e Pitangueira. Assim, percebe-se a importância de aprofundar os estudos sobre as plantas, determinando mais precisamente sua ação e toxicidade. Com o estudo conclui-se que existem muitas espécies medicinais e tóxicas na região do Ambulatório Veterinário-UFPel, porém ainda é escasso o uso das plantas medicinais em animais; e que os extratos hidroalcoólicos de Aroeira, Erva-de-bicho e Pitangueira apresentaram ação sobre M. pachydermatis, abrindo a possibilidade de inúmeras pesquisas em veterinária.