Entre literatura e história : questões de representação em Mongólia e O filho da mãe, de Bernardo Carvalho
Resumo
O presente estudo tem por objetivo verificar, por meio da Literatura Comparada, de que forma se dá a relação entre Literatura e História nas obras Mongólia (2003) e O filho da mãe (2009), de Bernardo Carvalho, bem como as questões de representação que resultam dela. A relevância da pesquisa deve-se às experiências que as narrativas propiciam ao leitor brasileiro, visto que tratam de realidades geográfico-culturais que são diferentes das dele e que, de outro modo, talvez não lhe chegassem às mãos. A fundamentação teórica está baseada, principalmente, nos estudos de Luiz Costa Lima (2006), Maria Aparecida Baccega (2011), Regina Dalcastagnè (2008), Paul Ricoeur (2012) e Walter Mignolo (2001). A análise dos textos literários está baseada nos conceitos trazidos por estes teóricos, considerando-se tanto a História quanto a Literatura narrativas que apresentam características específicas em seus discursos, mas se complementam e, por vezes, se entrecruzam. O estudo fundamenta-se em uma pesquisa bibliográfica nos textos literários e nos textos teóricos supracitados. Assim, em Mongólia problematiza-se a visão ocidental contaminada de estereótipos e preconceitos sobre o povo mongol.
Em O filho da mãe, problematiza-se a história de amor entre dois rapazes que, por motivos diferentes, não sobrevivem ao contexto socio-cultural em que estão inseridos, na cidade de São Petersburgo em meio à guerra da Tchetchênia. Considerando-se o destaque atual dado aos temas sobre diversidade, estudar diferenças tais como as que são representadas nas duas narrativas pode proporcionar um importante material para a pesquisa acadêmica. Deste modo, entrecruzar literatura e história num texto literário com o intuito de fazer ver com outros olhos um mesmo fato possibilita uma visão de mundo mais rica ao leitor.
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