Fenologia e qualidade das Vitis vinifera L. ‘Merlot’, ‘Cabernet Sauvignon’ e ‘Tannat’ submetidas a diferentes épocas de poda.
Resumo
A Região da Campanha Gaúcha vêm se destacando na produção de uvas Vitis
vinifera L. para a elaboração de vinhos finos. Estendendo-se ao longo da fronteira
com o Uruguai, tem como principais referências os municípios de Candiota, Bagé,
Dom Pedrito e Santana do Livramento. Entre as atividades de grande importância no
manejo cultural da vitivinicultura podemos destacar a poda seca. Normalmente
realizada no período de repouso que abrange os meses de julho a setembro, a poda
seca exige uma grande demanda de mão de obra. Portanto é necessário coletar
todas as informações possíveis sobre o ciclo fenológico da cultura facilitando o
manejo e escalonando a mão de obra disponível. O trabalho teve como objetivo
avaliar o comportamento fenológico e a qualidade pós colheita das cultivares Merlot,
Cabernet Sauvignon e Tannat sobre diferentes épocas de poda seca. O experimento
foi conduzido em um vinhedo comercial localizado no município de Candiota, Rio
Grande do Sul na safra 2015/2016. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado constando de quatro tratamentos e três repetições, onde os tratamentos
foram as diferentes épocas de poda seca realizadas em maio, junho, julho e agosto,
compondo os tratamentos 1, 2, 3 e 4 respectivamente. As avaliações fenológicas
observadas ao longo do ciclo da cultura foram: brotação, floração, frutificação e
início da maturação. Após a colheita as variáveis avaliadas no mosto foram os
sólidos solúveis totais, açúcares, acidez titulável, pH e densidade. Para o cálculo de
produção foram avaliados o número total de cachos por tratamento, número de
cachos por planta, massa total dos cachos por tratamento e massa média dos
cachos por planta. Os dados foram submetidos à análise de variância (Anova) e
comparação de médias pelo teste de Tukey a 5%. A videira „Tannat‟ podada em
agosto teve um comportamento fenológico mais tardio em relação aos demais
tratamentos. Após a brotação, as plantas podadas em junho desenvolveram-se mais
rápidas que as demais. As diferentes épocas de poda seca não interferiram na
produção. Quando a poda seca for realizada no mês de agosto a colheita da „Tannat‟
pode ser mais tardia. Para „Cabernet Sauvignon‟ a poda antecipada do mês de maio
permanece mais tempo em dormência, brotando ao mesmo tempo que as plantas
podadas em julho. A poda realizada em junho antecipa a brotação podendo provocar
prejuízos ocasionados pelas geadas primaveris. A poda realizada no mês de agosto
obteve maior rendimento por planta quando comparada a época tradicional no mês
de julho. A poda seca em diferentes épocas não influenciou nas características
analíticas do mosto. Na videira „Merlot‟, a poda seca realizada no mês de junho
antecipou a brotação e quando realizada no mês de agosto obteve número total e
massa total de cachos superior à realizada no mês de junho. As diferentes épocas
de poda seca não diferenciaram os resultados das variáveis físico-químicas da
„Merlot‟.
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