Avaliações da cicatrização de feridas abertas tratadas com Bixa orellana L

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Data
2015-02-23Autor
Capella, Sabrina de Oliveira
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A cicatrização de feridas cutâneas é um processo complexo que envolve diversas vias biológicas as quais buscam restaurar a integridade do tecido. Atualmente existem diversos tratamentos que visam auxiliar nesse processo estimulando a cicatrização. Nesse sentido, as plantas medicinais já utilizadas na medicina popular para o tratamento de diversas enfermidades são uma alternativa de baixo custo e fácil acesso para o tratamento de lesões cutâneas. Objetivou-se avaliar a ação do extrato oleoso de Bixa orellana L. na cicatrização de feridas abertas em modelo experimental. Inicialmente, foi realizado a identificação dos compostos oleosos através de cromatografia gasosa e teste de citotoxicidade com o óleo da semente de urucum determinando as doses de 0,1% e 0,01% para o ensaio in vivo. Para o experimento in vivo foram confeccionadas cirurgicamente duas lesões no dorso de ratos wistar que foram tratadas diariamente até 21 dias com: Extrato oleoso de urucum 0,1% (U 0,1%), extrato oleoso de urucum 0,01% (U 0,01%), vaselina (V) e solução fisiológica (SF). As avaliações ocorreram nos períodos de quatro, sete, 14 e 21 dias e ao final de cada período os animais foram eutanásiados para realização de análises e coleta de fígado, rins e pele. Foram analisadas a presença/ausência de exsudato, crosta e epitelização. Além disso, foi realizado registro fotográfico para determinar as áreas das lesões observando a retração da ferida. As amostras de tecido foram processadas e avaliadas microscopicamente, fígado e rins quanto à presença de alterações morfológicas e a pele quanto à fase da cicatrização e a quantidade de fibrina. Aos 21 dias de tratamento as peles foram analisadas tensiometricamente. Os ácidos graxos identificados foram: ácido linoleico, geranil linalool, ácido palmítico, ácido oleico, ácido esteárico, escaleno e geranil-α-terpinene. Nos aspectos clínicos todas as amostras apresentaram evolução cicatricial considerada fisiológica, não diferindo nos parâmetros de exsudato e crostas. Quanto à epitelização os grupos tratados com urucum apresentaram maior presença aos sete dias e maior retração cicatricial aos quatro dias quando comparado aos demais grupos. Na análise tensiométrica os grupos tratados com urucum apresentaram menor tensão que os grupos tratados com vaselina e solução fisiológica. Na histopatologia dos rins e fígado, não foram observadas alterações significativas. Na histologia aos setes dias os grupos tratados com urucum apresentavam-se na fase inflamatória enquanto os demais grupos caracterizavam-se na fase proliferativa. Quanto à quantidade de fibrina, as lesões tratadas com urucum apresentaram exuberante rede de fibrina nos dois primeiros momentos de avaliação enquanto as lesões tratadas com vaselina e solução fisiológica apresentaram quantidades menores nestes momentos. Assim conclui-se que o extrato oleoso de urucum nas doses de 0,1% e 0,01% acelera a cicatrização nos primeiros dias de tratamento, porém proporciona a formação de uma cicatriz menos resistente.
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