“Eu não sou o que escrevo ou sim, mas de muitos jeitos”: autoficção e espaço biográfico em Caio Fernando Abreu

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Data
2017-02-24Autor
Silveira, Lilian Greice dos Santos Ortiz da
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A presente dissertação pretende discutir as relações entre realidade e ficção identificadas nas narrativas “Lixo e purpurina”, “London, London, ajax, brush and rubbish” e “Garopaba mon amour”, de autoria de Caio Fernando Abreu. Para tanto, este trabalho contrasta os conceitos de autobiografia e autoficção, considerando este último como mais adequado para abranger os textos ora analisados. Além disso, correspondências e entrevistas do autor foram utilizadas para enfatizar o processo de ficcionalização que pode ser percebido em seus textos. Sugerimos ainda que o conceito de espaço biográfico permite compreender melhor como os diversos escritos do autor se relacionam entre si. São abordadas aqui as proposições teóricas de Philippe Lejeune além daquelas referentes à autoficção, termo criado por Serge Doubrovsky e posteriormente estudado por autores tais como Phillippe Vilain e Diana Klinger. Ademais, outro conceito crucial para a presente pesquisa é o de espaço biográfico, criado por Leonor Arfuch. Segundo a autora argentina, a biografia de um indivíduo é composta por uma pluralidade de textos, caracterizando, assim, um espaço textual mais amplo e complexo do que aquele pressuposto pelo gênero biográfico em si. Finalmente, a análise dos contos utilizados no presente trabalho levou em consideração as conexões possíveis entre literatura e sociedade, já que os textos de Caio Fernando Abreu eram concebidos como instrumentos políticos e ideológicos.
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