Opções restauradoras para dentes com raízes fragilizadas e dentes com diferentes alturas e espessuras de remanescente coronário
Resumo
Dentes endodonticamente tratados que apresentam reduzida estrutura dentária remanescente necessitam do uso de retentores intrarradicular para fornecer retenção à restauração coronária. Diversas estratégias restauradoras podem ser utilizadas, como os núcleos metálicos fundidos (NMF), pinos de fibra (PF) ou pinos anatômicos(PA), não havendo ainda consenso na literatura sobre a melhor opção para dentes com reduzida espessura coronária. Assim, o primeiro estudo dessa dissertação avaliou o efeito da estratégia restauradora, altura e espessura do remanescente coronário no comportamento biomecânico de dentes tratados endodonticamente, utilizando os seguintes grupos: Grupo CPC0: NMF sem remanescente coronário; Grupo FP0: PF sem remanescente coronário; Grupo CPCH1: NMF, remanescente coronário (2mm) com espessura maior que 1mm; Grupo CPCL1: NMF, remanescente coronário (2mm) com espessura menor que 1mm; Grupo FPH1: PF, remanescente coronário (2mm) com espessura maior que 1mm; Grupo FPL1: PF, remanescente coronário (2mm) com espessura menor que 1mm. Com n=12 para todos os grupos. Os espécimes foram submetidos a ciclagem mecânica, testes de sobrevida, teste de carga para fratura e análise pelo método de elementos finitos. Os dados foram submetidos aos testes de Kaplan Meier e Anova um fator, seguido de Tukey (a=0.05). Os grupos CPC0 e FP0 mostraram taxa de sobrevida estatisticamente inferiores aos demais grupos (p=0.000). O teste Anova e Tukey mostrou valores estatisticamente superiores para os grupos Gr3 e Gr5 em relação aos demais grupos. (p=0.0043). A análise de elementos finitos mostrou melhor distribuição de tensão nos grupos com estrutura coronária remanescente e restaurados com pino de vibra de vidro. Concluiu-se que dentes sem remanescente coronário e com espessura de remanescente inferior a 1mm possuem pior prognóstico biomecânico. O segundo estudo, através de uma revisão sistemática, teve como objetivo avaliar a resistência a fratura e o modo de falha de raízes fragilizadas restauradas com NMF, PF e PA. Para isso foram realizadas buscas nos bancos de dados MEDLINE/Pubmed e Scopus, buscando estudos laboratoriais que avaliaram a resistência a fratura de raízes fragilizadas restaurados com pelo menos duas das estratégias citadas acima. As médias dos valores de resistência à fratura foram obtidas e as seguintes comparações realizadas: NMF x PF, NMF x PA, PF x PA. Após os processos de seleção apenas 5 artigos foram incluídos no estudo. Não houve diferença significativa entre os valores de resistência à fratura entre as estratégias restauradoras, porém mais falhas catastróficas foram observadas para o núcleo metálico fundido. Os estudos incluídos apresentaram baixo risco de viés para a maioria dos domínios avaliados. Portanto, conclui-se que os valores de carga para fratura não apresentam diferença estatística independente da estratégia utilizada, porém, dentes restaurados com NMF geram maior chance de falhas catastróficas.
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