Parentes silvestres da batata: áreas prioritárias para coleta no Brasil e variabilidade do germoplasma
Resumo
O Brasil é reconhecido internacionalmente pela riqueza em biodiversidade.
Dentre as milhares de espécies vegetais existentes, temos três parentes silvestres
da batata cultivada (Solanum tuberosum, Solanaceae) com ocorrência no país. A
conservação e utilização de recursos genéticos das espécies cultivadas têm
apresentado vantagens ao desenvolvimento mundial. Desse modo, o presente
trabalho tem por objetivo qualificar ações de coleta e conservação de acessos de
batata-silvestres para o melhoramento da batata cultivada no enfrentamento de
possíveis obstáculos futuros. Para tal, foram desenvolvidos dois estudos, o primeiro
teve por objetivo utilizar a metodologia Gap Analysis ou análise de lacunas, para
identificar áreas prioritárias para coleta de germoplasma de batata-silvestre no
Brasil. Os dados de pontos geográficos de acessos coletados e conservadas no
Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Clima Temperado e os registros de
ocorrência em herbários para as três espécies silvestres foram submetidos à análise
de lacunas. Os resultados apontaram três principais regiões majoritariamente
localizadas em Santa Catarina, de ocorrência para duas espécies de média
prioridade de coleta. A segunda pesquisa avaliou a variabilidade genética baseada
na caracterização morfológica entre os acessos de batata-silvestre conservados no
Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Clima Temperado. Para tanto, foram
cultivados 54 acessos de batata-silvestre em ambiente protegido de casa-devegetação
na Embrapa Clima Temperado, com posterior aplicação dos descritores
morfológicos para batata. Após, com base nos dados de caracterização, foi realizada
análise multivariada utilizando dois métodos estatísticos: o agrupamento UPGMA e a
análise de componentes principais. Por meio do agrupamento dos 54 acessos foi
possível observar a formação de 39 grupos. A análise dos componentes principais
evidenciou que os caracteres que mais contribuíram para a variabilidade do conjunto
de acessos avaliados considerando o primeiro componente foram o número de
folíolos laterais e a cor do caule. Para o segundo componente os caracteres de
maior autovetor foram a cor predominante da flor e a intensidade da coloração da
base do broto. Foi evidenciado alto grau de variabilidade fenotípica entre os acessos
do BAG. Por fim, o presente trabalho destaca a importância da variabilidade
genética para o melhoramento da espécie cultivada, pois além de fornecer
informações preliminares sobre os acessos conservados, orienta novos locais para
coleta de germoplasma inédito, provendo o melhorista de dados sobre o
germoplasma de batata-silvestre para uso atual ou futuro na obtenção de genótipos
superiores.
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