Trajetórias terapêuticas e as redes sociais e afetivas das crianças que frequentam o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil
Resumo
A presente dissertação visa aprofundar o conhecimento das trajetórias terapêuticas e das redes sociais e afetivas de crianças que frequentam um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi). As trajetórias terapêuticas se constituem a partir de uma organização de convivência estabelecidas por meio de relações articuladas pelas pessoas que compõem a rede. Com esta pesquisa qualitativa, objetivou-se analisar as trajetórias terapêuticas das crianças que frequentam o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi). O estudo desenvolveu-se em um serviço de atenção psicossocial no município de São Lourenço do Sul, que é referência para cinco municípios no atendimento em saúde mental para crianças. Foram participantes desta pesquisa cinco crianças e seus familiares; utilizou-se para coleta de dados a análise dos prontuários, as informações anotadas em diário de campo, entrevistas narrativas, e o mapa dos cinco campos como estratégia metodológica para a entrevista narrativa com as crianças. O parecer de aprovação deste estudo possui nº 1.485.272 pelo Comitê de Ética da Faculdade de Enfermagem. Na análise foram apresentadas as trajetórias terapêuticas, as histórias de vida, e as redes sociais e afetivas de cada criança. A (re)construção das trajetórias terapêuticas e o conhecimento das redes sociais e afetivas das crianças que frequentam um serviço de atenção à saúde mental é fundamental para orientar as práticas de cuidado, fundamentado nas necessidades e demandas existentes por meio da narrativa deste público. As fragilidades encontradas nas trajetórias terapêuticas e nas redes sociais e afetivas relacionam-se com o encaminhamento precoce via escola, a longa permanência no serviço, a patologização-medicalização, e a ausência da figura paterna. Como potencialidades, foram encontrados os vínculos construídos ao longo das trajetórias terapêuticas demonstrados nos mapas e a família como principal fonte de apoio. Conclui-se que a participação efetiva das crianças na construção de um cuidado que atenda às suas singularidades, necessariamente, precisa ser articulada pela rede social e afetiva que as mesmas apresentam, constituindo-se como desafio para os diferentes atores e cenários da vida.
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