Caracterização fenotípica da germinação na précolheita em trigo em uma população de linhagens endogâmicas recombinantes.
Resumo
A germinação na pré-colheita em trigo, é um problema que atinge as regiões tritícolas
úmidas, com elevadas temperaturas e alta ocorrência de precipitações no estádio de
maturidade dos grãos. O melhoramento genético do trigo, na finalidade de gerar novas
cultivares resistentes a este fenômeno, é de grande importância, pois o problema
ocasiona prejuízos econômicos na produção do cereal, diminuindo a produtividade e
a qualidade dos grãos. Neste sentido, o presente estudo objetivou caracterizar
fenotipicamente uma população de linhas endogâmicas recombinantes de trigo em
geração F6, analisando os caracteres de importância agronômica e sua relação com
a tolerância à germinação em pré-colheita. O experimento foi conduzido na safra de
2017, no campo experimental do Centro de Genômica e Fitomelhoramento localizado
no Centro Agropecuário da Palma, pertencente à Universidade Federal de Pelotas
(UFPel), município de Capão do Leão – RS. A população constituída de 398
genótipos, assim como os seus genitores Quartzo x Marfim, contrastantes para o
caráter de germinação na espiga, foram avaliados para os seguintes caracteres: dias
até o espigamento (DAE), estatura de plantas (EST), dias até maturação (DAM),
porcentagem de acamamento (ACM), comprimento da espiga (CE), peso da espiga
(PE), número de espiguetas por espiga (NEE), número de grãos por espiga (NGE),
peso de grãos por espiga (PGE), peso de mil de grãos (PMG), germinação visual dos
grãos (GEV) e porcentagem de grãos germinados (GEQ). Foram feitas análises de
estatística descritiva, distribuição de frequências e análise de correlação. Referente
ao caráter de germinação na espiga, a análise de frequências dividiu a população em
14 classes, a qual evidenciou ampla variabilidade apresentando 59% dos genótipos
como segregantes transgressivos superiores aos pais. Observou-se alta correlação
entre os caracteres relacionados com peso da espiga (PE, PGE e NGE), e por outra
parte, a porcentagem de grãos germinados apresentou correlação positiva
considerável com relação à avaliação visual da germinação (0,521); ambos métodos
permitiram classificar os genótipos quanto a sensibilidade a germinação na espiga. A
população estudada se mostra promissora tanto para o desenvolvimento de genótipos
superiores quanto como população de mapeamento de QTL para tolerância ao caráter
estudado neste trabalho.
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