Ideologias linguísticas: perspectivas de professores e alunos sobre a relação língua-cultura na aula de língua estrangeira
Resumo
A linguagem e seus usos são essencialmente ideológicos. Similarmente, toda prática social possui dimensões culturais e discursivas que a constituem (HALL, 1997), portanto, enquanto prática social, o ensino de língua estrangeira (LE) não poderia ser neutro. Tal processo, por tratar de línguas, é cercado pelo trânsito constante das chamadas ideologias linguísticas - crenças ou sentimentos sobre línguas (KROSKRITY, 2004). Em vista disso, o objetivo desta pesquisa é verificar as ideologias linguísticas mobilizadas por professores e aprendizes ao posicionarem-se a respeito da relação língua-cultura e suas implicações na aula de LE. Para isso, foram aplicados questionários a docentes e alunos de diferentes idiomas (e com diferentes experiências). Nesses questionários, além de fornecerem informações gerais, os participantes expressaram suas crenças e compartilharam experiências no que tange à abordagem de aspectos culturais nas aulas de LE. A partir de suas respostas, foram extraídos ideologemas (pressupostos do discurso, nos quais fundamentam-se as ideologias linguísticas). Pôde-se identificar muitas similaridades entre os ideologemas dos professores e dos alunos, contudo, diferenças significativas também foram observadas. Com este trabalho, pretende-se instigar o
aprofundamento das discussões relacionadas à abordagem de aspectos culturais no ensino de LE.
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