Desigualdade socioeconômica da multimorbidade entre adultos no Brasil: um estudo nacional, 2014
Resumo
A multimorbidade é bastante estudada entre a população idosa, com escassas evidências entre os adultos. Observa-se também uma associação entre a prevalência de multimorbidade e o nível socioeconômico. Objetivou-se avaliar a associação de indicadores socioeconômicos com a ocorrência de multimorbidade entre adultos brasileiros, estratificada por sexo. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa que utilizou dados da Pesquisa Nacional Sobre Acesso, Utilização e
Promoção do Uso racional de Medicamentos no Brasil (2013-2014). A população alvo foi adultos entre 20 e 59 anos. A variável dependente avaliada foi a presença de multimorbidade, a partir da ocorrência ≥2 doenças crônicas. A variável de exposição foi o nível socioeconômico, avaliado com base na classe econômica e no nível de escolaridade. As desigualdades socioeconômicas foram avaliadas a partir do Slope Index of Inequality (SII) e do Concentration Index (CIX). Foram analisados 23.329 mil adultos (52,8% mulheres). A presença de multimorbidade foi de 10,9% (IC95%: 10,1; 11,7) sendo 14,5% (IC95%: 13,5; 15,4) entre as mulheres e de 6,8% (IC95%: 5,9; 7,8) entre os homens. O padrão de multimorbidade foi similar de acordo com os indicadores socioeconômicos e nas análises de desigualdade, observou-se diferença estatisticamente significativa para os homens: desigualdade absoluta para os de maior poder aquisitivo (SII=3,6) e relativa para os de maior escolaridade (CIX=7,8). É evidente a importância do tema multimorbidade entre os adultos e a importância do planejamento de estratégias de saúde para esta faixa etária. Quanto a associação com indicadores socioeconômicos verifica-se a necessidade de maiores estudos sobre o tema, uma vez que os resultados obtidos divergem dos trazidos pela literatura.
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