A iniciação à docência de jovens professores na universidade.
Resumo
Este trabalho de pesquisa buscou investigar, analisar e estudar teoricamente os
jovens professores universitários iniciantes na tentativa de compreender quem são,
como se fazem docentes e o que fazem em aula na relação com os alunos. A
pesquisa, de abordagem qualitativa, teve como contexto a Universidade Federal de
Pelotas. A coleta de dados foi feita através de observações de aulas, de
questionários com alunos e de entrevistas com seis jovens professores. Esses
professores tinham até 32 anos de idade, possuíam até 2 anos e 7 meses de
experiência docente, não possuíam formação pedagógica e eram recém-doutores
que, após cursar, sequencialmente seus estudos de graduação e pós-graduação,
ingressaram na docência superior. Os dados, trabalhados através da análise de
conteúdo, foram interpretados e discutidos a partir de teorias sobre o ensino
superior, a docência universitária e a iniciação à docência, tendo como principais
referências Cunha (1988, 1991, 2010b), Feixas (2002), Flores (2009), Marcelo
García (1999, 2009a, 2009b), Mayor Ruiz (2007, 2009b), Pimenta e Anastasiou
(2002) e Zabalza (2004). As categorias de análise e discussões foram: a transição
de estudante a professor, a condição jovem dos professores, os alunos de
graduação, as vivências estudantis dos professores, as relações interpessoais entre
professor e alunos, a aprendizagem da docência e as aulas desenvolvidas pelos
professores. O estudo permite afirmar que os jovens professores universitários
iniciantes, na transição de estudantes a professores, se fazem docentes através das
descobertas e desafios de suas práticas, do resgate de suas experiências
estudantis, da relação que estabelecem em aula com seus alunos, de modelos e
antimodelos de professores, das inseguranças e motivações para ensinar. Assim,
eles vivem experiências intensas, mas mantêm um equilíbrio pessoal e profissional.
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