Revisão sobre a cultura da pitaya e concentrações de ácido bórico e temperaturas na conservação de grãos de pólen de diferentes espécies
Resumo
As pitayas (Hylocereus spp.) são cactáceas de clima tropical, mas se adaptam
nas regiões de clima temperado, originárias do México e das Américas, com
caule classificado como cladódio e com presença de pequenos espinhos. Uma
das grandes dificuldades encontradas na produção de pitaya é a polinização,
pois nem sempre os produtores conseguem realiza-la, já que as flores são
noturnas. Saber como armazenar adequadamente o grão de pólen, para sua
conservação, é um grande passo para os estudos de melhoramento genético.
Um dos métodos utilizados para obter informações sobre a viabilidade do pólen
é a germinação in vitro e um dos compostos que influenciam essa germinação
é o ácido bórico. Dentre as variedades existentes, destacam-se as auto
compatíveis e as incompatíveis, sendo que as incompatíveis necessitam de
polinização artificial, onde são utilizados pólens de outras cultivares e
infelizmente, a floração dessas cultivares se dá em momentos diferentes e com
condições climáticas diferentes prejudicando, muitas vezes, sua frutificação. O
objetivo do presente estudo foi trazer informações disponíveis e atualizadas
sobre a cultura da pitaya no Brasil, bem como aferir a viabilidade do grão de
pólen quando conservado na geladeira e determinar a concentração de ácido
bórico e temperatura que proporcionam o maior comprimento de tubo polínico e
porcentagem de germinação in vitro de grãos de pólen de diferentes espécies
de pitaya. Os meios de cultura utilizados nos testes continham 6 g L
-1 de ágar,
100 g L
-1 de sacarose e 518 mg L
-1 de nitrato de cálcio. No primeiro
experimento foram testadas cinco concentrações de ácido bórico (0, 150, 350,
550 e 750 mg L
-1
) em duas espécies de pitaya do gênero Hylocereus (H.
undatus e H. polyrhizus). O segundo experimento contou com três espécies de
pitaya (Hylocereus undatus, Hylocereus polyrhizus e Selenicereus setaceus) e
dias de avaliação dos grãos de pólen (2, 4, 6 e 7). No terceiro experimento foi
utilizado esquema fatorial 6 x 5 (seis variedades doadoras de pólen x cinco
temperaturas para germinação dos grãos de pólen, 20°, 25°, 30°, 35° e 40° C),
com três repetições para cada variedade de pitaya em cada uma das
temperaturas avaliadas. As variáveis analisadas foram porcentagem de
germinação e comprimento do tubo polínico (μm). No primeiro experimento a
maior porcentagem de germinação e o maior comprimento do tubo polínico
para ambas as espécies foi obtido nas concentrações de 0 e 150mg L
-1 e o
tempo de conservação na geladeira que promoveu as maiores médias de
germinação foi de 48 horas nas três diferentes espécies de pitaya e a
Selenicereus setaceus obteve o maior comprimento do tubo polínico. No
terceiro experimento a maior porcentagem de germinação dos grãos de pólen
ocorreu nas temperaturas de 25° e 30° C em todas as variedades estudadas, e
o maior comprimento do tubo polínico foi observado na variedade Golden
submetida à 30° C.
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