Efeito de substratos e da biofortificação com zinco sobre aspectos agronômicos e conteúdo de fitoquímicos de microverdes
Resumo
Os microverdes são plantas colhidas prematuramente, geralmente, até três
semanas após a germinação, quando apresentam as folhas cotiledonares
completamente expandidas e túrgidas e a primeira folha verdadeira em estágio
inicial de desenvolvimento. A pesquisa com microverdes constitui um ramo
promissor na ciência, existindo poucos estudos destinados a avaliar distintos
aspectos nesta área da produção vegetal. Diante desse contexto, este trabalho de
pesquisa teve duas frentes de atuação: o estudo de substratos e da biofortificação
agronômica com zinco e seus efeitos sobre aspectos relacionados ao
crescimento, produção e conteúdo de compostos fitoquímicos dos microverdes.
Dois experimentos foram conduzidos em um sistema de cultivo sem solo de fácil
manejo, empregando bandejas plásticas preenchidas com camada de substrato
de 1 cm de altura e fornecimento automático de solução nutritiva por subirrigação,
instalado em estufa plástica. O primeiro teve a finalidade de avaliar o cultivo de
microverdes de alface, beterraba, repolho roxo e manjericão em substratos
convencionais, empregados corriqueiramente na produção de mudas de hortaliças
(Carolina Soil®-mudas, casca de arroz carbonizada e a mistura de ambos) e
substratos alternativos (fibra têxtil e tecido de juta). Os resultados obtidos com o
experimento 1 indicam que o substrato Carolina Soil®-mudas apresenta-se como o
meio mais adequado quanto à conciliação de crescimento, produtividade e
conteúdo de ácido L-ascórbico e de carotenóides. A fibra têxtil, para o repolho
roxo e o manjericão, assim como a casca de arroz carbonizada e a mistura
Carolina Soil®-mudas + casca de arroz carbonizada, para as quatro espécies,
apresentam-se como alternativas promissoras. De maneira geral, o cultivo em juta
traz prejuízos ao crescimento, à produtividade e ao conteúdo de ácido L-ascórbico
e carotenóides. Porém, propicia maior conteúdo de compostos fenólicos totais nos
tecidos de beterraba e repolho roxo. O segundo experimento refere-se à avaliação
do aumento da concentração de zinco (0, 5, 10, 20, e 30 mg L-1
) da solução
nutritiva de Hoagland a 50% de concentração e seus efeitos sobre a biofortificação
de microverdes de beterraba, manjericão e repolho roxo. Os resultados obtidos no
experimento 2 permitem concluir que a suplementação da solução nutritiva com 5
ou 10 mg L-1 de zinco possibilita o aumento no conteúdo de zinco nos tecidos dos
microverdes avaliados desde o mínimo de 115% até o máximo de 586%, em
relação ao conteúdo presente em microverdes produzidos com a mesma solução
padrão com dose zero de Zn, sem haver redução do crescimento, rendimento de
massa fresca e conteúdo de compostos fitoquímicos das plantas. A
suplementação com doses de 20 e 30 mg L-1 deve ser desconsiderada, pois,
mesmo não havendo prejuízos aos parâmetros avaliados, os níveis de Zn no
tecido vegetal podem alcançar valores potencialmente tóxicos para o ser humano.
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