"Uma família que trabalha": o caso das Oficinas de Geração de Trabalho e Renda da Reabilitação, Trabalho e Arte (RETRATE) de Pelotas/RS.
Resumo
Com o objetivo de destacar a importância da reciprocidade (dar, receber e
retribuir) frente à estigmatização social pela doença mental, o presente estudo
analisa as relações estabelecidas entre profissionais e usuárias no interior das
oficinas de geração de trabalho e renda da Reabilitação, Trabalho e Arte (RETRATE)
de Pelotas/RS. Pautado essencialmente nas contribuições teóricas de Martins, Hall,
Goffman, Guareschi e Caillé, conjugadas à proposta metodológica trazida pela
sociologia da vida cotidiana e pela história oral de vida, o trabalho apresenta os
discursos e as práticas presentes no cotidiano das oficinas da RETRATE, bem como
a narrativa de quatro usuárias (participantes das oficinas de costura, confecção de
sacolas de papel, tricô, crochê e tear) que, historicamente, foram vítimas de uma
inclusão precária.Elas, atualmente, sofrem com o preconceito e a discriminação
devido ao fato de serem portadoras de transtornos mentais. O resultado obtido com
a pesquisa é a constatação de que, apesar das tensões e contradições existentes no
processo de inclusão social pelo trabalho, a tríplice obrigação (dar, receber e
retribuir) é concebida como preponderante entre o grupo, sendo essencial para a
ressignificação identitária dos portadores de transtornos mentais e para a
minimização do estigma social da doença.
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