Análise comparativa de ferramentas brasileiras de avaliação do desenvolvimento sustentável em propriedades agrícolas.
Resumo
Nas últimas décadas, uma ampla variedade de ferramentas foi desenvolvida para
avaliar a sustentabilidade em propriedades agrícolas. O trabalho teve por escopo
analisar as diferenças e similaridades dos métodos brasileiros Ambitec-Agro,
APOIA-NovoRural e ISA de avaliação da sustentabilidade em propriedades
agrícolas, nas dimensões normativa, sistêmica e processual. Discute os possíveis
limites e potencialidades das ferramentas brasileiras em comparação com os
métodos internacionais MESMIS, IDEA, MOTIFS e RISE, por análises feitas pelo
próprio pesquisador e por outros especialistas. Na dimensão normativa compara as
categorias: objetivo da ferramenta, público-alvo, conceito de sustentabilidade,
origem das metas e níveis hierárquicos. Quanto aos objetivos e público-alvo, as
três ferramentas se assemelham, diferenciando-se em relação à unidade de
análise. Também se assemelharam quanto ao conceito de sustentabilidade,
baseado no triple botton line (dimensões social, econômica e ambiental), apenas
diferindo na ênfase dada a cada um. Quanto à origem dos indicadores, também se
assemelham, incluindo a participação de especialistas e da literatura para
fundamentar seus procedimentos. Na dimensão sistêmica foram comparadas as
categorias de complexidade (se assemelham) e de interação entre os indicadores
(as três ferramentas nacionais consideram os indicadores de forma independente).
Nos aspectos processuais foram consideradas as fases preparatória, de medição
(confiabilidade e disponibilidade dos dados, facilidade de uso e compatibilidade
com os dados da propriedade) e de avaliação (transparência, precisão de saída,
complexidade da ferramenta e aplicabilidade dos dados da avaliação). Constatou se que as ferramentas nacionais se assemelham às ferramentas internacionais,
nenhuma das ferramentas brasileiras se destacou como melhor em todos os
quesitos analisados, possuindo cada uma, vantagens e desvantagens em relação
ao propósito de avaliação da sustentabilidade. Por serem padronizadas, sem a
possibilidade de inclusão de outros indicadores, as três ferramentas mostram
precisão nos resultados, permitindo ser usada no propósito de certificação.
Recomenda-se reduzir o nível de dificuldade das ferramentas a empregar,
ampliando a abrangência do público-alvo e a orientação a políticas públicas, além
de aperfeiçoar as ferramentas a serem aplicadas, permitindo escolher os
indicadores de sustentabilidade conforme as peculiaridades encontradas na região
a ser avaliada.
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