Mudanças históricas no espaço sul-rio-grandense e na figura do gaúcho na Trilogia do Gaúcho a pé de Cyro Martins
Resumen
Este trabalho propõe-se a perceber como as mudanças sócio-históricas ocorridas no
Rio Grande do Sul, em sua constituição de espaço e figura do gaúcho, durante a
segunda metade do século XX, são retratadas na Trilogia do Gaúcho a pé, de Cyro
Martins à luz da crítica marxista. Para tal, tratou-se a Trilogia do Gaúcho a pé como
uma série de romances históricos. Elencou-se as contribuições teóricas sobre o
romance histórico de György Lukács, principalmente quem é o herói do romance
histórico e a noção de história lukásciana; e as ideias da teoria da produção do
espaço social de Henri Lefebvre, ou seja, como esse espaço constituído na
Campanha gaúcha é vivido, percebido e concebido. Além disso, adicionou-se à
análise o debate sobre regionalismo dentro do campo dos estudos literários, a
relação de quebra ou continuidade do mito do centauro dos pampas e a
aproximação da literatura e a história. Desta forma entende-se que a Trilogia do
Gaúcho a Pé pode ser lida como uma série de romances históricos, na qual a noção
de história do autor impulsiona um retrato verossímil do caminho da população rural
gaúcha e de sua intensa e gradativa degradação moral, social e econômica, bem
como cria um espaço que contribui e retroalimenta a História. Adicionalmente,
consegue-se perceber como é possível atualizar Cyro Martins como um grande
comentador das mazelas do povo gaúcho que também se atualizaram no século
XXI.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: