Arte têxtil e estesia: entrelaçamento, fios, pontos com a educação estética em oficinas de criação coletiva
Abstract
Este estudo faz parte de uma pesquisa que se desenvolveu no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais/ Mestrado, do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas/RS, cujo objetivo é analisar como o ensino da arte possibilita problematizar a arte como forma de expressão. Este estudo considera a arte em uma relação corpo-sujeito, utilizando como metodologia a realização de Oficinas de Criação Coletiva, que confrontam a desordem que a criação traz, tornam possível a relação que poetiza o minúsculo, o anódino, o lixo, o vulgar, o sem importância de todo o dia. Por meio da criação de imagens poéticas, pode-se trabalhar o descabido (Meira, 2007), o sensível, razão pela qual se aproxima do artesanato. A autora participou do grupo trazendo sua trajetória, o que a identifica com os participantes das oficinas, constituídas, em sua maioria, por alunos em Pedagogia e por artesãs cooperativadas, sem formação superior. Após cursar as disciplinas de Arte Têxtil I e II, a autora percebeu que o artesanato também fez parte de sua formação como professora e artesã, possibilitando que compartilhasse suas vivências e experiências nas tramas. Dessa forma, foi possível compreender como se constitui um corpo-sujeito, quando trabalha-se com tramas, linhas e desenhos. O estudo fundamentou-se em obras como: Design + artesanato: o caminho brasileiro , de Adélia Borges, que apresenta uma breve história do artesanato no Brasil; O Artífice e Juntos , que apresentam a construção do que é artesanato sob o olhar de Richard Sennett; e sob o olhar da educação estética, a autora traz Marly Meira, com seu trabalho Filosofia da Criação. Reflexões sobre o Sentido do sensível ; Maurice Merleau-Ponty com Fenomenologia da Percepção ; O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível , de João Francisco Duarte Júnior; e Emoções e linguagem na educação e na política , de Humberto Maturana, que analisa sob uma ótica do Ser sensível.