Avaliação do processo de desenvolvimento de diretrizes para a prática clínica em odontopediatria: perspectiva da equipe

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Data
2023-06-05Autor
Kamphorst, Paula Burns Leite
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As diretrizes para a prática clínica (DPC) são documentos desenvolvidos de forma sistemática, baseados na avaliação das melhores evidências disponíveis, com o propósito de auxiliar os profissionais e gestores na tomada de decisão na prática clínica para indivíduos, populações e sistemas de saúde. O objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção dos diferentes participantes envolvidos, coordenadores e painelistas, em relação ao processo de desenvolvimento, adaptação ou adoção de DPC. Foi realizada uma pesquisa exploratória, com uma amostra de conveniência em dois estudos transversais, através de questionários auto aplicados on-line. Os dados obtidos foram tabulados no programa Microsoft Excel e uma análise descritiva foi realizada. Foram incluídos todos os coordenadores vinculados a iniciativa GODeC, participantes no desenvolvimento ou adaptação de diretrizes para a prática clínica, e todos painelistas da equipe de especialistas das diretrizes em Odontopediatria, que realizaram as recomendações de no mínimo 50% das questões formuladas da diretriz. Diretrizes que incluíram perguntas na área de Odontopediatria, com recomendações para dentição permanente e decídua, foram incluídas. Das 22 diretrizes odontológicas
em desenvolvimento e/ ou adaptação, 6 estão relacionadas a área de Odontopediatria. Quarenta e um painelistas destas 6 diretrizes receberam o questionário, e apenas 14 responderam. Catorze coordenadores receberam o questionário, dos quais 12 responderam. A maioria dos coordenadores utilizou para auxiliar no desenvolvimento das diretrizes a ferramenta GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation).Grande parte das diretrizes realizaram novas revisões sistemáticas para síntese das evidências. A grande maioria dos coordenadores que utilizaram a estrutura EtD consideraram
nenhuma dificuldade de interpretação dos critérios. Porém, algumas dificuldades foram encontradas tanto pelos coordenadores como painelistas, como equidade, custo-efetividade, uso de recursos. Além disso alguns fatores foram considerados de maior dificuldade no desenvolvimento das diretrizes, como a grande demanda de critérios e julgamentos que devem ser preenchidos; revisões sistemáticas sem meta análise; avaliação da certeza de evidências e englobar todas as perspectivas de diversas partes interessadas. Além disso, os participantes acreditam que as recomendações geradas são capazes de serem implementadas pelos dentistas da atenção primária à saúde. Em conclusão, através dos resultados encontrados foi possível compreender a dinâmica adotada no desenvolvimento das diretrizes, além da percepção e as dificuldades encontradas pelos coordenadores e painelistas durante este processo. Este estudo pôde auxiliar a identificar as principais limitações na elaboração de DPC, contribuindo para o aperfeiçoamento do seu desenvolvimento.