| dc.description.abstract | Em decorrência da mundialização, da forte presença dos discursos empresariais nos meios de comunicação de massa, pelo fato de estarmos cada vez mais rodeados de organizações, nascemos em organizações, estudamos, trabalhamos e temos momentos de lazer propiciados por organizações é comum a crescente redução da ideia de organização à empresa e a percepção de que vivemos em um mundo organizado por e para a empresa, o qual Solé (2008), se propõe a chamar de “mundo-empresa”, em que a empresa se torna uma referência para qualquer forma de organizar. Tomando a centralidade da empresa no mundo e a influência dos discursos e práticas empresariais para qualquer forma de organizar, percebemos o quão comum e apreciado passou a ser a ideia de empresa e a força que ela pode ter nos mais diversos espaços e campos que nada tem de empresariais, ou não deveriam ter, provavelmente muito influenciados pelo comportamento neoliberal. Entendendo que o poder da empresa não emana apenas de si, mas sim de uma multiplicidade de correlações de forças inerentes ao domínio onde se exercem, constitutivas da sua organização (RODRIGUES e SILVA, 2019, p, 70), passamos a realizar o esforço de pensar o poder da empresa como um conjunto de símbolos (comportamentos, regras, gostos, características, opiniões, estética e valores), conforme propõe Bourdieu (1989), que estipulam uma determinada ordem e o comportamento tanto dos agentes presentes não só dentro do campo, mas também fora dele, assim como o comportamento das mais diversas estruturas, que sustentam e conservam, através da produção e do consumo destes símbolos, o capital acumulado dos agentes dentro do campo e asseguram os interesses de uma classe dominante. | pt_BR |