Produção e avaliação de compostos vegetais adsorvidos em adjuvantes para o desenvolvimento de novos insumos contra a otite externa canina

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Data
2023-02-24Autor
Brito, Risciela Salardi Alves de
Metadata
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A otite externa canina é um dos mais frequentes motivos de atendimento
dermatológico dentro da medicina veterinária, e de difícil tratamento e apresenta
muitos casos crônicos e recorrentes. O documento foi organizado em três artigos com
os seguintes objetivos respectivamente: Avaliar a atividade antimicrobiana das
soluções otológicas in vitro; Avaliar a eficiência no tratamento de cães com otite
externa; Avaliar a atividade ceruminolitíca in vivo e in vitro. Para todos estudos foram
desenvolvidas e utilizadas três diferentes soluções otológicas: LCFO 1003 composta
por extratos etanólicos de Triticum aestivum, Bixa orellana e tris-edta; LCFO 1004
composta por extratos etanólicos de Triticum aestivum, Bixa orellana e nacetilcisteina; LCFO 1005 composta por Triticum aestivum, Bixa orellana, nacetilcisteina e tris-edta e como grupo controle foi utilizado produto comercial a base
de gentamicina, betametasona e clotrimazol. Artigo 1: O estudo de susceptibilidade
antimicrobiana foi realizado por meio da técnica de disco-difusão, foram testadas 33
diferentes cepas bacterianas isoladas de cães com otite externa canina e para o teste
frente a levedura Malassezia pachydermatis foram utilizados 30 isolados e foi utilizada
a técnica de microdiluição em caldo proposta no documento do CLSI M27A3. Os
resultados demonstraram que as soluções otológicas LFC0 1004 e LCFO 1005,
apresentaram halos de inibição similares a gentamicina frente a maioria das bactérias
testadas principalmente do gênero Staphylococcus. Já para a levedura
M.pachydermatis todos as soluções foram eficientes demonstrando baixos valores de
MIC, assim como no teste frente a bactérias o produto LCFO 1005 demonstrou maior
eficácia. Artigo 2- Para o estudo in vivo na espécie - alvo foram selecionados 64 cães
com sinais clínicos de otite externa, os quais foram divididos aleatoriamente em quatro
grupos de acordo com o tratamento utilizado. Todos os animais foram tratados uma
vez ao dia durante sete dias, sendo avaliados no dia “0”(D0), no dia 3 (D3) e no dia 7
(D7), quanto a presença de otalgia, prurido, odor, eritema e quantidade de cerúmen.
Após a avaliação cada sinal clínico recebeu uma pontuação em escore de 0 a 3, o
qual 0 era considerado ausente e 3 a forma mais grave de aparecimento, a partir desta
pontuação foi gerado um somatório por animal e por grupo durante cada dia de
avaliação. No D0 e D7 foram coletadas amostras para cultura bacteriana, fúngica e
citologia. Após os sete dias de tratamento, os compostos LCF0 1003, LCFO 1004 e
LCFO 1005, foram eficazes para a redução dos sinais clínicos e microrganismosenvolvidos em casos de otite externa canina, sendo similares ao controle. Artigo 3-
Para avaliar a atividade de difusão foi produzido cerúmen artificial canino o qual foi
depositado no corpo de seringas de 1mL e acrescido das soluções otológicas testes
com o marcador Oil red. As quais foram armazenadas por 24 horas em banho maria
e após foi mensurada a atividade de difusão de cada solução. Para o teste
ceruminolitico 500mg do cerúmen foi depositado em tubos os quais foram acrescidos
de 2mL das soluções otológicas, colocados em agitação por 20min, secagem durante
1 hora. Após foi realizada a pesagem para quantificar a perda de cerúmen, esse
procedimento foi repetido por 5 vezes. O estudo demonstrou variabilidade dos
produtos testados nas análises de difusão e ceruminolítica in vitro. A solução otológica
LCF0 1004 se comportou mais próximo à solução comercial controle. Já no ensaio in
vivo, foi possível observar a eficácia de todas as soluções otológicas na redução de
exsudato, destacando-se a solução LCFO 1005 como a mais potente. Dessa forma,
conclui-se que as soluções otológicas LCFO 1003, LCF0 1004 e LCFO 1005
apresentam uma alternativa terapêutica eficiente para a inibição de patógenos óticos
in vitro e apresentam efeito na redução de sinais clínico de otite externa em cães.