dc.description.abstract | O presente trabalho destina-se a sistematização de algumas ideias e possibilidades acerca da perspectiva teórico-metodológica da pesquisa (auto)biográfica como via possível para se pensar a constituição social e identitária do (eu)ser-mulher. A partir de uma leitura de mundo sob as lentes dos femininos, ou seja, a partir do olhar crítico que nomeia e denuncia os sistemas de
opressão/submissão que sustentam e articulam as relações de injustiça e desigualdades, representados pelos sistemas patriarcado-racismo-capitalismo colonialismo. É possível oferecer um olhar sensível que considera as diferentes realidades, valoriza as subjetividades e as identidades. E, assim sendo, seja capaz de produzir sentido social, cultura, econômico, histórico e político. Nesse contexto, quando se fala em movimento e/ou teoria feminista, se está pensando em uma dinâmica de resistência das mulheres, que criticam os papéis sociais e os simbolismos criados pelos sistemas de dominação/submissão em torno
da figura da mulher. Características que definem as mulheres como algo ligado, estritamente, a feminilidade, a passividade e a indiferença, não se sustentam em um mundo crítico contemporâneo. Para tanto, pensar, de forma consciente o (eu)ser-mulher é considerar os contextos sociais, históricos, culturais, econômicos e políticos que atravessam as construções de gênero. É, em suma, ter consciência das relações de poder que se estruturam a partir das hierarquias construídas em torno do biológico, do binário e do dicotômico conceito homem-mulher. | pt_BR |