dc.description.abstract | No que diz respeito ao processo de interação entre o Budismo e a filosofia chinesa existem diversos autores que empregam o esquema supostamente hegeliano da relação entre a tese, a antítese e a síntese, como um esquema interpretativo deste processo. O caráter autenticamente hegeliano deste esquema é pelo menos duvidoso, mas a maneira como ele é empregado por diversos historiadores da filosofia chinesa é bastante claro: o desenvolvimento do Confucionismo em sua forma clássica constitui aqui a tese, o Daoismo e o Budismo seriam a antítese e o Neoconfucionismo a síntese, síntese esta que possuiria um caráter final que concluiria este processo. Este esquema parece bastante pobre na medida em que ignora diversos aspectos concretos da interação entre o Budismo e o pensamento chinês, mas possui uma falha decisiva: encobre o fato de que é a interação entre o Budismo e o Neoconfucionismo (ou entre o Budismo e o Novo Confucionismo na modernidade chinesa) que abre caminho para uma dialética sem síntese característica da filosofia chinesa, dialética esta que exclui por completo a possibilidade de uma síntese final. Assim sendo, mesmo tendo em mente as limitações essenciais de todo esquema interpretativo, gostaria de descrever através dos pontos seguintes minha compreensão da interação entre o Budismo e a filosofia chinesa. | pt_BR |