Investigação forense de incêndio: protocolo de identificação de vestígios acelerantes em espectroscopia no infravermelho
Resumo
Inúmeros são os desafios enfrentados pela Perícia Criminal na perscrutação de um ato delituoso, um deles perpassa pela obtenção de respostas satisfatórias na presença de incêndio. Essa tarefa torna-se ainda mais complexa quando o processo calorífico consome quase por completo o objeto periciado, dificultando sobretudo o desenlace do problema cabal, a saber: ação culposa ou dolosa? Uma das vias promissoras de solução é a busca por vestígios de acelerantes de incêndio, especialmente gasolina, diesel e etanol. Para tanto, os acelerantes foram recuperados através de destilação fracionada de amostras queimadas até a isocombustão. Um espectro na região do infravermelho fora gerado, após a etapa de destilação, e comparado com o espectro do acelerante correspondente in natura, obtendo, assim, uma resposta final qualitativa para a presença/ausência do combustível. Os resultados foram satisfatórios, com a possibilidade de identificar e individualizar o tipo de acelerante de incêndio nas amostras. Ressalta-se, como diferenciais e vantagens importantes, que o protocolo proposto não demanda superespecialização do técnico responsável tampouco equipamento de sofisticação elevada. É mister inferir, portanto, que a abordagem desenvolvida representa um ativo promissor na análise de incêndio e deve ser explorada com o devido aprimoramento das técnicas.