Práticas docentes em tempos de pandemia Covid-19

Abstract

Em uma realidade ainda sem vacinas, no ano de 2020, o mundo enfrentou um adversário invisível chamado COVID-19 (Coronavírus) e para conter a sua propagação, as escolas tiveram suas atividades presenciais interrompidas. A medida atingiu cerca de 1,57 bilhão de estudantes, em 191 países, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO, 2020). De acordo com o Censo Escolar (INEP, 2020), o número total de escolas públicas de educação básica, no Brasil, que fecharam suas portas devido a pandemia COVID-19, somam 113.617. No Rio Grande do Sul (RS) foram 6.717 e, em Pelotas, 131 escolas. Isso significa que o número de crianças de pré-escola (educação infantil) e ensino fundamental (anos iniciais), devidamente matriculados em escolas públicas, que ficaram sem aulas no ano de 2020, respectivamente, foi: no Brasil, 19.968.221; no Rio Grande do Sul, 962.390; e, na cidade de Pelotas, 29.341. No entanto, em abril de 2020, entendeu-se que a educação não poderia parar, dando início, assim, às atividades na modalidade de Ensino Remoto Emergencial (ERE). E sobre os ombros dos educadores se viu colocada essa responsabilidade, que, sem nenhum preparo anterior, durante quase dois longos e angustiantes anos letivos (2020 e 2021), buscaram e criaram alternativas para realizar as práticas de ensino. MARTINS (2020, p. 251) expõe que o cenário da pandemia trouxe novas e velhas reflexões e preocupações para o campo educacional, tais como “[...] as condições de trabalho do docente, a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, a relevância e o significado dos temas a serem abordados […]”. Este trabalho apresenta resultados de pesquisa de mestrado que investigou o conjunto de práticas de ensino no ERE, durante a pandemia de COVID-19 (LUND, 2022). Para isso, foram definidos três objetivos específicos: descrever o que significou escola e trabalho docente em meio à pandemia COVID-19; registrar os impactos do ERE, em contexto pandêmico, pela perspectiva pessoal e profissional das professoras; problematizar as experiências e as vivências docentes no contexto de pandemia e ERE.