dc.description.abstract | Com o advento da modernidade, a partir da revolução científica a compreensão de natureza muda radicalmente. Uma das principais consequências da ciência moderna foi a negação dos aspectos teleológicos na explicação da natureza. Entendida apenas pelas leis mecânicas, foi restituída da natureza qualquer vestígio de interioridade, subjetividade e finalidade para a compreensão dos produtos naturais. Nessa perspectiva, enquanto no período antigo Aristóteles tinha introduzido uma concepção teleológica do mundo natural no âmbito do pensamento, a ciência moderna instaura uma ruptura, a qual proíbe a teleologia na
explicação do mundo físico. Entretanto, a discussão sobre a noção teleológica continua tendo ainda sua relevância para a reflexão filosófica, um caminho quase inevitável para aqueles que buscaram ou ainda buscam uma possível alternativa à
concepção mecânica do ser vivo, esta considerada reducionista demais. Não é por menos que houve um retorno significativo ao discurso teleológico por parte dos filósofos e, até certo ponto, dos biólogos, especialmente nas últimas décadas (Cf.
MICHELINI, 2013; MUTSCHLER, 2008). O ponto de partida em comum desses filósofos e biólogos na tentativa de propor uma nova compreensão da natureza está na insuficiência epistemológica na explicação pelas ciências naturais. | pt_BR |