A relação entre arte e moral em Santo Tomás de Aquino

Abstract

No presente trabalho, pretendemos analisar de que maneira o filósofo escolástico dominicano Santo Tomás de Aquino (1225-1274) estabeleceu na sua filosofia a relação entre arte (o fazer artístico, normalmente descrito no inglês por making e associado às artes servis e às artes do belo) e a moralidade humana. É célebre a definição que Tomás nos deixou sobre o belo: “Para a beleza, requerem-se três coisas. Primeiro, sem dúvida, a integridade ou perfeição: as coisas que são diminutas, com efeito, são por isso mesmo feias. E a devida proporção ou consonância. E ainda a claridade: daí que se digam belas as coisas que têm cores nítidas" (ST I q. 39, a. 8). No entanto, Tomás não nos deixou um tratado sobre a arte e sobre o belo, de forma que os resultados de nossa pesquisa dependem de uma sondagem minuciosa dos textos em que Tomás escreve sobre categorias atinentes à estética e à filosofia da arte. Mais do que se deter nas obras de Tomás — dentre as quais, para o nosso propósito, destaco o Tratado das virtudes em geral localizado na Primae Secundae da abrangente Suma de Teologia —, pretendemos dar um passo além e situar a concepção tomista de arte no contexto do debate estético contemporâneo.