Caminhos do associativismo negro em Pelotas: da diáspora à Academia do Samba

Abstract

A análise das transformações na utilização da música pelas comunidades negras em Pelotas ao longo do tempo, especialmente através das instituições associativas como o clube social negro Fica Ahí pra Ir Dizendo e a escola de samba Academia do Samba, podem fornecer chaves de compreensão importantes sobre a relação entre música e comunidades negras na região. A trajetória marcante dessas instituições, que inicialmente surgiram como um cordão carnavalesco e depois evoluíram para um clube associativo e uma escola de samba, reflete a relevância da música como elemento central na coesão e identificação da comunidade negra. A música, nesse contexto, funcionou como um fio condutor que uniu e mobilizou os membros da comunidade, proporcionando um senso de pertencimento. O momento pós-abolição se revela como um ponto de virada crucial, marcado pela formação de instituições associativas por parte da população negra. Essas organizações surgiram como respostas às demandas sociais e culturais da época, permitindo a celebração das tradições afro-brasileiras, além de desempenharem um papel significativo na construção de identidades coletivas. Dessa maneira, ao explorar esse contexto, podemos compreender a trajetória dessas instituições associativas ao longo do tempo, culminando no surgimento e desenvolvimento da Escola de Samba Academia do Samba como uma expressão cultural e social da Pelotas contemporânea.