Capítulos do antifascismo brasileiro: Frente Única Antifascista e Aliança Nacional Libertadora (1933-1935)
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo investigar os significados de fascismo e antifascismo construídos por duas organizações autodenominadas antifascistas que atuaram no Brasil entre os anos de 1933 e 1935: a Frente Única Antifascista e a
Aliança Nacional Libertadora. Os primeiros anos da década de 1930 ficaram marcados pela expansão do fascismo a nível global, a partir da tomada do poder pelo nazismo na Alemanha. No Brasil, o integralismo, principal movimento de
massas de caráter fascista da América Latina, também crescia e conquistava o espaço público nacional. Essa movimentação crescente do fascismo brasileiro, somada à agitada vida política do Brasil pós-1930, motivou uma reação de setores
situados à esquerda do espectro político, que conformaram frentes de luta antifascista. Apesar das diferenças organizativas e acerca da especificidade do fenômeno fascista, esses agrupamentos buscaram aglutinar forças políticas diversas fazendo uso de múltiplas táticas de luta, como imprensa, discursos e contramanifestações. Através da análise dos jornais dessas organizações, bem como da memorialística que privilegiou dados momentos do antifascismo brasileiro, buscou-se compreender como os conceitos de fascismo e de antifascismo foram construídos ativamente pela militância antifascista e como esses capítulos da história do antifascismo no Brasil podem servir na reflexão sobre as lutas políticas do presente.