O impacto da interrupção nas práticas corporais e atividades físicas decorrentes da Covid-19 na perspectiva dos praticantes

Abstract

A rápida disseminação da Covid-19 pelo mundo (DE SOUZA CARVALHO et.al, 2020) provocou uma série de mudanças na rotina de todos. As práticas corporais e atividades físicas (PC/AF) foram totalmente modificadas devido ao distanciamento social, fechamento de instalações como academias, ginásios e clubes, principalmente para evitar aglomeração e, consequentemente, diminuir a circulação do vírus (MIGUEL et.al, 2020). As pessoas que praticavam atividade física regularmente interromperam a prática e tiveram seus vínculos sociais, culturais e de lazer totalmente descaracterizados. A única opção era praticar atividades individuais, em casa ou, em alguns casos, ao ar livre (quando permitido). Assim, a população tornou-se menos ativa e o comportamento sedentário aumentou. As práticas coletivas permitem a interação com outras pessoas, a vivência com diferentes culturas, conversas, troca de experiências, além de seus benefícios à saúde. Durante a pandemia, esse tipo de interação foi modificado, tendo como prioridade, pelo menos nos primeiros meses da pandemia, o distanciamento social para que o coronavírus não se espalhasse tão rapidamente. Os poucos espaços disponíveis em casa, a dependência do acesso à internet e a restrição de circulação dificultaram a manutenção da atividade física de muitas pessoas durante a pandemia (CROCHEMORE-SILVA et al. 2020). O estudo de DA COSTA ALECRIM (2020) mostra que, embora o isolamento tenha sido um passo fundamental para evitar a propagação de infecções, esse isolamento, se muito longo, pode aumentar comportamentos sedentários, contribuindo para ansiedade e depressão e outras condições crônicas de saúde. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da interrupção da prática regular de atividade física devido à pandemia na saúde, nas interações sociais e culturais. Os objetivos secundários foram: (a) identificar o impacto da interrupção da atividade física regular na saúde, interações sociais, culturais e de lazer. (b) avaliar se os indivíduos continuaram praticando alguma atividade física no lazer após o término dos piores períodos da pandemia.