Permanências e rupturas no pequeno comércio: um estudo das mercearias e fruteiras do bairro Bom Fim, Porto Alegre/RS
Resumo
O presente trabalho de pesquisa analisou as Mercearias e Fruteiras, no bairro Bom Fim, na cidade de Porto Alegre/RS, a partir das rupturas e permanências ao longo do tempo, com o intuito de analisar os problemas no processo de modelagem no espaço urbano que acarretam em transformações urbanas no segmento comercial, e seus possíveis efeitos no comércio de bairro, sob a lógica da (re)produção do espaço. Existem lugares que mantêm sua tradicionalidade e intensas atividades culturais e comerciais, cuja compreensão dos valores culturais, funcionais e simbólicos desse território, em suas dimensões, características e identidade(s) ali presentes, torna vivas suas memórias e suas idades no processo de modernização contemporâneo do espaço geográfico. Nesse sentido, os questionamentos buscaram compreender a dimensão desse fenômeno urbanístico ligado à ordem mundial do estranhamento do global e do local percebido e sentido entre os atores envolvidos. A partir das análises da Geografia Urbana, no caso da Geografia do Comércio e Consumo, este Estudo de Caso, com método de análise regressivo progressivo, buscou identificar as causas da permanência (e as dificuldades de manutenção) do pequeno comércio de mercearias e fruteiras no bairro Bom Fim e descrever sua importância para o tecido social e para a identidade cultural do bairro. De uma forma geral, nos aspectos relevantes para este momento da pesquisa, os dados demonstram que, para os pequenos comerciantes de mercearias e fruteiras, a importância de estar sempre traçando estratégias eficazes para permanecer, é paralelo ao ser e pertencer morador do Bom Fim, assim como se espera que o futuro da comunidade esteja condicionado a sua dinâmica de se inventar e se reinventar.