Toxocara canis: avaliação in vitro, in silico e ex vivo de moléculas sintéticas derivadas da cumarina
Resumo
A toxocaríase humana é uma parasitose tecidual negligenciada, cujo o principal agente
etiológico é o nematódeo Toxocara canis. Os benzomidazólicos, anti-helmínticos de
escolha para o tratamento dessa parasitose, apresentam taxas de resolução clínica
entre 45 e 70%, devido a sua baixa solubilidade em água e difícil ação em nível
tecidual. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a atividade de moléculas sintéticas
derivadas da cumarina (COU) sobre larvas de Toxocara canis, além avaliar essas
moléculas in silico e ex vivo. Foram avaliadas onze moléculas (na concentração de 1
mg/mL), em duplicata, em placas de microcultivo, contendo larvas de T. canis em meio
RPMI-1640, sendo incubadas, a 37°C e tensão de CO2 de 5%, por 48 horas. Após foi
determinada a concentração larvicida mínima (CLM). A molécula COU 6, na CLM de 0,5
mg/mL, e a molécula COU 9, na CLM de 1,0 mg/mL, apresentaram-se eficazes contra
100% das larvas de T. canis. Para as análises in silico das moléculas COU 6 e COU 9
foram utilizados os softwares Swiss ADME e Molinspiration. As moléculas COU 6 e
COU 9 apresentaram parâmetros de biodisponibilidade adequados, como alta
capacidade de metabolismo e absorção gastrointestinal, e de permear a barreira
hematoencefálica. Outro resultado importante obtido, foi a ausência de citotoxicidade da
molécula COU 9 na CLM eficaz (1 mg/mL). Nas condições estudadas, conclui-se que a
molécula COU 9 é candidata à composto-protótipo e à testes pré-clínicos, e a molécula
COU 6 é potencial candidata.