Agentes infecciosos em gestantes e pacientes neoplásicos de um hospital público da região Sul do Brasil

Visualizar/ Abrir
Data
2020-09-25Autor
Terto, Wesley Douglas da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os agentes infecciosos apresentam grande importância em saúde pública. As
infecções causadas por tais agentes podem ter um curso de infecção sintomática ou
assintomática, dependendo de fatores como a imunidade do hospedeiro. Neste
contexto, existem grupos de indivíduos que podem apresentar uma maior
susceptibilidade às infecções, dentre os quais pacientes com câncer e gestantes.
Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi verificar as taxas de registro de
exames solicitados para agentes infecciosos em gestantes e pacientes neoplásicos
atendidos em um hospital público do extremo sul do Brasil. Tratou-se de estudos
retrospectivos e transversais que foram realizados nos anos de 2017 e 2018
utilizando dados relacionados aos aspectos sócio econômicos e exames sorológicos
obtidos através dos sistemas ADS-hospitalar (Análise e Desenvolvimento de
Software hospitalar) e AGHU (Aplicativos de Gestão para Hospitais Universitários).
Para o estudo conduzido com foco em gestantes (n=653) f oram pesquisados
resultados de exames para: Toxoplasma gondii (IgG e IgM), citomegalovírus (IgG e
IgM), vírus da imunodeficiência humana (HIV), Treponema pallidum (Sífilis - VDRL),
vírus da hepatite C (HCV) e vírus da hepatite B (HBV). Também foram averiguados
resultados de sífilis nos neonatos das gestantes positivas. Para toxoplasmose, HCV
e HBSAg mais de 90% destas foram avaliadas. Já para sífilis e HIV estes foram de
28,01% e 23,12%, respectivamente. Para citomegalovírus este foi expressivamente
inferior (2,14%). Os principais resultados da soropositividade das gestantes foram:
toxoplasmose (IgG 51,6%, IgM 0,5%), CMV (IgG 92,9%, IgM 7,7%), HCV (0,5%).
Sobre o estudo com foco nos pacientes oncológicos (n=81), os tipos de cânceres
mais frequentes foram: intestino (14,8%), mama (8,6%) e próstata (7,4%). Quanto
aos resultados dos exames laboratoriai s, os mais solicitados foram anti -HCV (n=27,
33,33%), HBSAg (n=26, 32,09%), Toxoplasmose (IgG e IgM) (n=18, 22,22%) e
Epstein-Baar (IgG e IgM) (n=16 , 19,75%). Dos pacientes positivos nos exames,
53,1% eram portadores de linfomas e leucemias. Conclui -se que os principais
exames recomendados foram realizados na população estudada, entretanto, é
necessário aumentar as taxas de solicitações, visto que o período gestacional requer
cuidados específicos para a saúde da mulher, do feto, e posteriormente do neonato.
É importante a adoção de critérios que possibilitem o acompanhamento de todas as
fases da gestação, incluindo o parto, pela mesma equipe de saúde que realizou o
pré-natal, e se possível, que sejam inclusos em apenas uma ferramenta tecnológica
de fácil acesso ao histórico de saúde da gestante. É de suma importância a
realização do diagnóstico sorológico e acompanhamento clí nico de todos os
pacientes com câncer, pois existem diversos agentes biológicos que são
oncogênicos e outros que podem ser reativados. Apesar das limitações do estudo,
devido à ausência de resultados em vários prontuários, o mesmo possibilita ampliar
a visão referente à presença dos agentes infecciosos, bem como o desenvolvimento
de novos estudos visando a atenção à saúde das gestantes e dos pacientes
oncológicos.