dc.description.abstract | Durante o Congresso Internacional de Patrimônio Cultural e Sustentabilidade ocorreu a oficina Fotografia do Patrimônio Cultural
Edificado, da qual se organizou, com o resultado das imagens produzidas pelos participantes, o presente catálogo. O motivo para oferecer esta oficina está relacionado ao tema do Congresso, formulado a partir das discussões desenvolvidas em eventos
anteriores, dos quais dois ocorreram em cidades estrangeiras que associam o seu patrimônio cultural edificado à indústria do turismo.
Nessa indústria, a cidade retratada como um reflexo do passado é, presumivelmente, uma estratégia para atrair público.
O local onde ocorreu o evento está situado a poucas quadras de um dos Focos Especiais de Interesse Cultural pertencente à Área Especial de Interesse do Ambiente Cultural (AEIAC), assim definida no III Plano Diretor da cidade de Pelotas: a Praça Coronel Pedro Osório. No entorno dessa praça, encontra-se um conjunto de monumentos protegidos em diferentes níveis, que atribuem ao local um significado patrimonial evidente. Tais monumentos figuram em reiteradas imagens da cidade que exploram a sua condição histórica visualmente, tornando-os ícones de uma narrativa assertiva da cidade-museu.
O entorno dessa praça e ela própria receberam, em diferentes ocasiões, recursos para sua recuperação e tanto a praça como o largo do mercado público sediam eventos culturais de grande participação da população local. Fixada em imagens e animada por eventos, a Praça Coronel Pedro Osório pulsa como o coração histórico da cidade, certificado entre muitos agentes e diversos interesses. Em vista de tais considerações, foi proposta a oficina visualmente registrada neste catálogo. Foi uma boa ideia para o CIPCS, porque essa se coadunava à proposição dos seus eixos temáticos, dentre os quais havia aquele que buscava refletir sobre como os museus, podem ou conseguem promover ou intensificar a conexão entre eles próprios e as comunidades onde se encontram. Entendeu-se que essa oficina, apesar de sua brevidade, teria competência para sugerir pensamentos sobre os múltiplos significados do passado deste espaço determinado, cuja existência espelha sucessivos e diversos episódios, perceptíveis como marcas de muitos passados. Embora a oficina não buscasse transcender o visível - e, ainda que buscasse, não o atingiria dada a exiguidade de seu tempo de ocorrência-, logrou latejar a reflexão sobre uma cidade fixada em imagens fixas. E, utilizando o dispositivo mais habitual da contemporaneidade urbana, o smartphone, propiciou ao congressista participante da oficina uma visita exploratória da cidade histórica, através da sua percepção individual.
Foi, sem dúvida, uma experiência prazerosa e exitosa, como se apreende nas felizes imagens deste catálogo. No entanto, é imperativo afirmar que o êxito de um empreendimento tão vivo quanto breve deveu-se aos seus ministrantes. São três amantes da fotografia que a praticam há longo tempo e, especialmente, formados ou em formação no Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Pelotas. Kátia Helena Rodrigues Dias é doutora nesse Programa, assim como Ubirajara Buddin Cruz é mestre e Rayza Roveda Ataides é mestranda. Nessas três pessoas aliou-se o gosto espontâneo e amoroso à fotografia com o conhecimento teórico dos princípios que definem o patrimônio. São praticantes da fotografia e estudiosos do patrimônio cultural. Não se poderia esperar menos êxito de uma reunião de personalidades tão apropriadas à proposta. Aos leitores deste catálogo, que o desfrutem e deixem-se passear na cidade do presente revelada pelos olhares sobre os vestígios do passado. | pt_BR |