dc.description.abstract | “Morreu para quem não percebe/ Tanto broto renascendo/ Debaixo das lonas pretas/ Nos cursos de formação/ Ou seja, no assentamento quando se canta uma canção/ Ou num instante de silêncio/ Oziel está presente/ Porque a gente sente/Pulsar o seu coração” (Zé Pinto, 2002). A introdução deste trabalho traz um poema sobre Oziel Alves Pereira, morto aos 17 anos no Massacre de Eldorado dos Carajás, na qual as letras são utilizadas para mantê-lo vivo na memória dos que também lutam pela terra e por dignidade. Os movimentos sociais utilizam da poesia, da música e das místicas como forma de resistência. São as letras integrando a luta. Na questão agrária, Gasparotto e Teló (2021) afirmam que a concentração da propriedade da terra no
Brasil gera pobreza, desigualdade e violência contra as comunidades tradicionais e os trabalhadores rurais. Ao longo da história brasileira, diversos movimentos lutaram pela terra, entre eles, indígenas, quilombolas, agricultores familiares e os sem-terra, que fundaram o principal movimento neste sentido, o Movimento Sem Terra (MST), em 1984. Neste texto refletimos algumas relações que se estabelecem entre os movimentos sociais de luta pela terra, neste caso mais específico, o MST, a poesia, a literatura e as letras de um modo geral, e como estes assuntos se entrelaçam com a proposta da Educação do Campo. O presente trabalho é um recorte da Dissertação de Mestrado intitulada “A Educação do Campo e a leitura literária em um território camponês de lutas e desafios: uma experiência escolar em Piratini (RS)”, defendida em 2023, sob orientação da professora Vania Grim Thies e desenvolvida no âmbito do grupo de pesquisa História da Alfabetização, Leitura, Escrita. | pt_BR |