dc.description.abstract | Este trabalho faz parte de um recorte da tese de doutorado que vem sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPel. A referida tese, busca analisar o trauma racial no ambiente escolar, identificando, assim impactos psicológicos causados pelo racismo e por uma educação colonizadora no ambiente escolar. Para tanto, foi escolhida a escrevivência como metodologia de pesquisa. Neste resumo, pretendo apresentar os caminhos e os desafios dos
possíveis usos da escrevivencia como metodologia de um trabalho no campo da educação e das questões raciais. A escrevivência é um conceito desenvolvido por Conceição Evaristo, em uma relação entre as palavras escrever, viver e ser e diz respeito a uma escrita atravessada por marcadores de classe, gênero e raça. A escrevivência esta relacionada ao passado das mulheres negras que contavam histórias para os filhos dos seus senhores dormirem, aquela época as mulheres escravizadas
sequer podiam aprender a ler e escrever, hoje as mulheres negras vem utilizando a escrita como possibilidade de atormentar os sonhos da casa grande. A escrevivência é uma escrita carregada de memórias e de anscestralidade, de um corpo que conta uma história a partir de um lugar em que a sociedade o coloca como corpo racializado, e sendo assim definido por uma
serie de marcadores, que o inferiorizam, o marginalizam e buscam o apagar. Falar deste lugar, é a possibilidade de expressar uma visão subjetiva e também coletiva, pois sentimos de forma particular, mas somos atingidos pelos mesmos marcadores.
Neste sentido busco pensar a escrevivência como possibilidade de escrita acadêmica decolonial, que possa orientar nossas pesquisas para a construção de outros saberes. | pt_BR |