dc.description.abstract | No Brasil, há um intenso movimento de agentes políticos, partidários e religiosos, especialmente os vinculados às igrejas cristãs, além de organizações civis e militares, que buscam influenciar a formulação, o desenvolvimento e a avaliação das políticas públicas educacionais. Embora não sejam os únicos envolvidos nessa luta, os grupos religiosos desempenham um papel central nas discussões sobre as propostas parlamentares para a educação. Esses grupos, que se consideram conservadores, estão organizados em torno das categorias: religião, família e política. Em muitos países do Ocidente e do Sul global, observa-se uma forte tendência de alianças entre setores neoliberais e certas denominações religiosas, que buscam restringir o espaço público e expandir a esfera do privado (Brown, 2019). Na América Latina, segundo Biroli, Machado e Vaggione (2020, p. 17), uma nova temporalidade foi estabelecida com a "politização reativa da reprodução e da sexualidade", resultando em ataques a sujeitos políticos, como mulheres e pessoas LGBTI+, que historicamente foram (e ainda são) marginalizadas/os na sociedade. O neoconservadorismo reage aos avanços alcançados pelos movimentos feministas e LGBTI+. Ele se consolidou como um movimento político associado à nova direita. Esse neoconservadorismo representa uma racionalidade política que se manifesta por meio de uma intensa regulação da moralidade sexual (Brown, 2019). Aliado a isso, o bolsonarismo produz discursos com bases neoliberais e neoconservadoras. | pt_BR |