dc.description.abstract | A primeira intenção na construção do projeto do Clube de Leitura LGBTI+, era possibilitar um espaço de acolhimento para jovens dissidentes — que fogem da norma cultural heterocissexista (heterossexual, cisgênera e sexista) —, espaço no qual, em minha juventude, não tive acesso e teria feito muita diferença em meu processo de autoafirmação da minha sexualidade. Como sempre fui subjetivada pelas minhas leituras literárias, todo o meu processo de formação acadêmica em Pedagogia e atuação profissional, em espaço pedagógico não escolar — biblioteca — perpassou a formação de leitores. Em minhas experiências profissionais, os jovens a partir dos doze anos, eram, aos poucos, negligenciados pelos projetos de leitura escolar, sendo,
sistematicamente esvaziados do prazer de ler, e metamorfoseando esse processo artísticosubjetivo da literatura em algo mecânico e com foco no estudo gramatical e linguístico, lidos como necessários para “passar no ENEM”. Além dessa prática de leitura focada no consumo de títulos específicos, que chamamos de canônicos e a concomitante interpretação dos mesmos para um fim — o vestibular —, quando trazemos mais um recorte, como a presença de obras LGBTI+ no currículo escolar, a ausência pode ser uma constante. Nesse cenário, o Clube de Leitura “Conectades”, é construído como parte do meu projeto de mestrado com o intuito de democratizar o acesso às obras de autoria e protagonismo LGBTI+ para jovens do ensino público, no município de Pelotas (Rio Grande do Sul), possuindo vínculo com os grupos de pesquisa: POC’s e GEERGE3 e com a Biblioteca Pública Pelotense, também usada como sede para os encontros, além de contar com financiamento da FAPERGS4 para aquisição de parte do acervo de livros disponibilizado aos participantes. | pt_BR |